Pedro Morgado é o 1º vencedor do FLAD Science Award Mental Health

Pedro Morgado, investigador do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho e psiquiatra no Hospital de Braga, é o primeiro vencedor do FLAD Science Award Mental Health. O prémio de apoio a jovens investigadores tem como meta contribuir para a qualidade de vida dos pacientes que sofrem de perturbações mentais. 

 A cerimónia de entrega do prémio está agendada para 1 de Junho, em Lisboa.

Em reação aos microfones da RUM, o galardoado frisa a importância deste que é o maior prémio em investigação em saúde mental, em Portugal, “ter vindo para a UMinho e para o Centro Clínico Académico”. 

O prémio de 300 mil euros vai, de acordo com o investigador Pedro Morgado, permitir o reforço na investigação sobre a doença que afeta, neste momento, cerca de 4% da população portuguesa. Trata-se de uma patologia que provoca níveis elevados de sofrimento e, por isso, acaba por diminuir consideravelmente a qualidade de vida das pessoas.

Nos próximos três anos, a equipa da academia minhota vai acompanhar 100 pessoas com esta patologia. Através de uma ressonância magnética funcional será possível perceber como o cérebro do doente está a funcionar e a responder ao tratamento. Desta forma, com recurso a uma medicina personalizada, a equipa irá escolher o melhor fármaco para cada caso.

Segundo o investigador do ICVS, metade dos pacientes com doença obsessivo-compulsiva são resistentes ao tratamento convencional que recorre a antidepressivos. Neste sentido, a equipa vai testar o uso de um medicamento normalmente utilizado em doentes com Parkinson. O objetivo para os próximos três anos passa por perceber se o paciente “recupera mais rápido e se pode ficar livre da doença”.

No total o estudo irá contar com a participação de 100 pessoas, sendo que apenas metade fará parte do estudo clínico.

A pandemia tem contribuído para o aumento de casos de perturbações obsessivo-compulsivas?


A resposta não é certa. Isto porque no caso da população em geral, Pedro Morgado declara que desde 2020 até agora “há uma diminuição dos sintomas” que inicialmente, a título de exemplo, lavavam mais vezes as mãos e acabavam por desinfetar as compras do supermercado. Atitudes que com o tempo teve vindo a acontecer com menos frequência.

Já do ponto de vista das pessoas que adoecem, o investigador refere que em “regra” as pandemias aumentam o risco de um sujeito vir a desenvolver a patologia. Nos doentes já diagnosticados, é visível um agravamento dos sintomas que são, agora, “mais difíceis de controlar”. 


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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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