Cultura 01.10.2021 14H10
Plataforma do Pandemónio celebra um ano com 30 artistas a trabalhar em rede
O projeto nasceu durante a pandemia e está apostado em fazer crescer a dinâmica cultural em Braga e não só.
Da música ao teatro, passando pela dança, pintura ou fotografia. Qualquer disciplina artística cabe na Plataforma do Pandemónio, que está a celebrar um ano desde que foi constituída como associação cultural sem fins lucrativos.
Este coletivo, que junta cerca de 30 pessoas, opera em três vertentes: o trabalho multidisciplinar, a implementação de novos artistas, com recurso a agenciamento, e o serviço educativo. Em declarações à RUM, a fundadora e mentora Marta Moreira refere que a grande vantagem é “a dinâmica e o diálogo gerados entre muitos agentes de diferentes áreas da cultura”.
Nesse sentido, a diretora artística destaca que a plataforma tem conseguido fazer emergir algumas instituições e espaços culturais que estavam “mais esquecidos” e que agora ganham “maior preponderância” na comunidade. "Um dos sítios que ainda não apresenta grande dinâmica cultural, mas que tem potencial, é o Centro de Juventude”, exemplifica, destacando as duas edições dos Concertos do Pandemónio que lá se realizaram.
O movimento conta com artistas de todo o país, incluindo das ilhas. Para Marta Moreira, essas diferentes proveniências são mais um aspeto positivo. “Estamos habituados a uma certa vivência cultural, que associamos à nossa cidade, e, inequivocamente e sem culpa nenhuma, por vezes, não conseguimos ver além dela”, retrata. A criação dos Mercados Incríveis de Arte (MIA), sugerida por um associado do Porto, ilustra essa dinâmica.
Durante um ano de atividade, a Plataforma do Pandemónio organizou seis concertos, duas exposições, um espectáculo de criação com a comunidade, dezenas de workshops de criação artística, uma oficina de escrita e uma revista, entre outras iniciativas.
A pensar no futuro, a associação submeteu várias candidaturas à Direção Geral das Artes. Uma produção teatral para 2023, projetos relacionados com a candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura, e um conjunto de ciclos de programação de exposições e concertos são algumas das propostas.
Programação do aniversário divide-se por três dias
A Plataforma do Pandemónio nasceu oficialmente no dia 25 de setembro do ano passado, em plena pandemia, sendo que o primeiro aniversário é celebrado no fim de semana seguinte.
Esta sexta-feira, às 19 horas, é inaugurada a exposição Pulsar, na Casa do Professor, que ficará patente até 29 de outubro. O trabalho, que resulta da edição de estreia da revista homónima, conta com obras de Leonor Teixeira, David Rodrigues, Maria Terra e Tiago Giora.
Na sexta-feira, às 21h30, decorre a Tertúlia Boémia, no Jardim dos Coimbras. Vai contar com diversas performances, uma jam session e uma sessão de balfolk.
A terminar as comemorações, no domingo de manhã, acontece a primeira edição dos MIA, no Mercado Cultural do Carandá, que será complementada com a realização de um percurso artístico elaborado pela academia de teatro Tin.Bra.