Academia 13.03.2025 10H51
Presidente da AAUMinho diz que instabilidade política está a desacreditar os jovens
Luís Guedes teme também que a discussão em torno do “reforço da dotação orçamental para a Defesa" penalize a Ciência e o Ensino Superior.
O presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) acredita que o clima de instabilidade política que o país ultrapassa está a desacreditar os jovens.
Em entrevista à RUM, Luís Guedes afirma que “o clima de instabilidade político nos últimos três anos tem sido muito prejudicial para as instituições também, que têm ficado cada vez mais desacreditadas”. “É muito preocupante para o futuro dos jovens em Portugal e para aquilo que é a nossa participação democrática e a nossa pretensão de ser cidadãos ativos na sociedade”, acrescentou.
Luís Guedes lembra o que se tem passado “em outros locais do mundo no que diz respeito ao afastamento daquilo que são os processos democráticos” e não quer que isso “aconteça em Portugal”. “O estudante mais politicamente ativo acaba por ter, nos últimos anos, demasiados maus exemplos de cargos públicos e do exercício de funções e acredito que fiquem bastante desacreditados e desmotivados”, disse ainda.
O jovem de 23 anos pede “transparência e alguma clareza na mensagem que é passada aos jovens” pelos responsáveis políticos.
“Quando há uma oscilação tão grande naquilo que são as equipas que estão à frente do país, há um clima de instabilidade que parece generalizado, com poucas alternativas que aparentam ser fortes e de confiança para os jovens, acredito que haja aqui uma desacreditação muito grande”, apontou o presidente da AAUMinho.
Com novas eleições apontadas para maio, Luís Guedes acredita que “irá existir uma fraturação ainda maior das as intenções de voto” entre os jovens. Na opinião do jovem estudantes, aqueles que se estreiam na possibilidade de exercer o direito de voto têm tendência a participar, mas, depois, seguindo-se “outra e outra eleição apresentam efetivamente uma descida mais drástica na participação”.
“O estudante fica politicamente predisposto e começa a tentar interessar-se, vota e depois, muito rapidamente, acaba por ficar desacreditado nas estruturas e nas instituições e isto, para mim, é muito grave”, sublinhou.
Luís Guedes olha ainda para o panorama internacional e perante a discussão em torno do “reforço da dotação orçamental para a Defesa, de forma transversal na Europa”, o estudante acredita que “a Ciência e o Ensino Superior acabarão por ser uma área afetada”.