A prestação mensal do crédito à habitação pode aumentar mais de 100 euros para cerca de 476 mil contratos, entre junho de 2022 e final de 2023. Tal decorre da subida das Euribor até 3% no final do próximo ano, indica o Banco de Portugal (BdP) no Relatório de Estabilidade Financeira, que foi divulgado esta quarta-feira.

Segundo os dados divulgados pelo supervisor, 34,5% dos cerca de 1,4 milhões de contratos à habitação existente terão aumentos acima de cem euros.

Assim, a instituição liderada por Mário Centeno projeta que o valor total das prestações pagas pelos particulares em empréstimos da casa passe de cerca de 390 milhões de euros, em junho de 2022, para 520 milhões de euros.

Contudo, nem todos sentirão o impacto da mesma forma, de acordo com o que projeta a entidade bancária.

Para 41% dos contratos de empréstimos à habitação, que representam cerca de 575 mil contratos, espera-se que o aumento da prestação entre junho de 2022 e dezembro de 2023 seja inferior a 50 euros, bem menos signficativa do o primeiro caso apresentado.

Ainda assim, para 18,1% dos contratos (253 mil contratos) o cenário não é animador, uma vez que o agravamento dos juros significará um aumento da prestação acima dos 150 euros até final do próximo ano.

Neste sentido, a predominância dos contratos de crédito da casa com taxas de juro variável e a redução da poupança das famílias são apontados como riscos Epelo Banco de Portugal para a estabilidade financeira. E, atendendo à alta inflação, às subidas abruptas das taxas de juro e à incerteza trazida pela guerra na Ucrânia, o supervisor vê um agravamento dos riscos.

c/Porto Canal