Academia 24.05.2023 15H39
Probabilidade de um atentado em Braga é baixa mas prevenção começa com saúde mental
Universidade do Minho promoveu, esta quarta-feira, uma jornada sobre “Saúde Mental e o Terrorismo no contexto das instituições de ensino superior”.
Detetar, prevenir e proteger. Estes são os três principais pontos que compõem a estratégia para combater o terrorismo. As indicações foram dadas pelo subintendente da Divisão Policial da PSP de Braga, Rui Pereira, convidado pela Universidade do Minho para apresentar a palestra “Prevenção de ações terroristas”.
No contexto académico, os jovens devem estar particularmente atentos a determinados indícios de radicalização, nomeadamente, "mudanças de comportamento, passam a ter um discurso muito mais radical e provocatório, mudam hábitos comportamentais, deixam de participar em determinadas atividades com o grupo de amigos, alguns isolam-se mesmo. Tudo isso são indicadores que essa pessoa está numa fase mais vulnerável e mais suscetível a radicalizar-se. E sendo radicalizado fica mais suscetível a vir a cometer um ato de extrema violência".
Nestes casos, os jovens devem contactar a PSP. Questionado pela RUM sobre o número de pessoas em vigilância para despistagem, o comandante Rui Pereira declara que "felizmente não são muitos".
Quanto à probabilidade de ocorrer um atentado em Braga, o subintendente garante que é baixo, assim como em outros países que acabaram por sofrer episódios deste género.
"Como a probabilidade é baixa, muita gente vai pensar, então não vale a pena estar muito preparado. Não, temos que estar preparados. O fenómeno é extremo, é rápido e se não estivermos preparados, a nossa probabilidade de sucesso é muito menor", alerta.
Prevenção também foi a palavra utilizada pelo pró-reitor para o Planeamento dos Campi, Miguel Bandeira, contudo, não considera premente um plano de segurança relativamente ao terrorismo, visto que tal não é prática em Portugal.
Segundo dados dos Estados Unidos da América, a maioria dos atentados decorre em espaços comerciais, escolas e/ou universidades, via pública e edifícios governamentais. O acompanhamento ao nível da saúde mental é cada vez mais uma preocupação para a instituição de ensino superior minhota, que oferece, a título de exemplo, serviços no P5.
Em paralelo, a comunidade académica teve oportunidade de realizar rastreios de saúde coordenados pela Fundação Portuguesa de Cardiologia.