Regional 03.05.2023 22H25
Projeto do BRT contempla mais de 20 quilómetros e ligação ao Nova Arcada
No total terá quatro linhas. As duas primeiras, a amarela e a vermelha, vão ser construídas até 2026.
O Bus Rapid Transit (BRT) de Braga deverá ter uma extensão de 22,5 quilómetros. A linha verde, unindo a Praça Conde de Agrolongo ao Nova Arcada, por via da N101, e a azul, entre o E.Leclerc e a zona de Este, num total de 10,3 quilómetros, vão ser criadas numa fase posterior à amarela e à vermelha, que já tinham sido anunciadas. Perante as presenças do primeiro-ministro António Costa e de outros elementos do Governo, o administrador executivo dos Transportes Urbanos de Braga detalhou o projeto, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A primeira a avançar é a amarela, que liga a estação ferroviária à zona sul da cidade, onde se situa o Minho Center. Numa extensão de 6,2 quilómetros, terá dez paragens e três autocarros alocados. De acordo com Teotónio dos Santos, este trajeto vai permitir a articulação entre a Rua D. Pedro V e a Rua Nova de Santa Cruz, “algo que se falava há vários anos”. Além disso, potencia “a eliminação de verdadeiras autoestradas urbanas”, como as avenidas Frei Bartolomeu dos Mártires, Padre Júlio Fragata e António Macedo, transformando-as em vias “mais conviviais e agradáveis para o cidadão comum circular e usufruir do transporte público”.
Após a construção da linha amarela, que deverá entrar em funcionamento até ao final de 2025, segue-se a vermelha, cujo prazo de execução é o segundo trimestre de 2026. Neste caso, o percurso de 6,2 quilómetros conecta a estação ferroviária, um ponto comum a ambas, ao Hospital de Braga, passando pela Universidade do Minho. O número de paragens é semelhante, sendo que haverá cinco viaturas dedicadas. Aqui serão eliminadas as seguintes “autoestradas urbanas”: Avenida Imaculada Conceição, Avenida João XXI e Avenida João Paulo II.
As duas linhas vão receber um financiamento de 100 milhões de euros do PRR. A expetativa do Governo é que o concurso público seja lançado até ao final do ano. Só quando estas ficarem operacionais é que avançam os trajetos verde e azul. Ainda não foi anunciado o montante nem as fontes de financiamento para esses percursos.
Governantes vincam importância do BRT para a qualidade de vida dos cidadãos
Presente na cerimónia, o ministro do Ambiente e da Transição Climática destacou o facto de “o traçado cobrir a área urbana do concelho, designadamente nove freguesias e mais de 50% da população de Braga”. Duarte Cordeiro vinca que cada veículo, descarbonizado, com 18 metros de comprimento e com lotação para mais de 130 pessoas, vai percorrer até 100 quilómetros por ano. Isso significará “uma redução da emissão de quase 2.000 toneladas de dióxido de carbono”, contribuindo “não só para o ambiente, mas também para a saúde pública”.
Numa apreciação mais global, o primeiro-ministro apelida o BRT como "uma mudança estrutural para a mobilidade da cidade de Braga e melhoria da qualidade de vida dos bracarenses”. “Estamos a falar da estruturação de todo um território que é da maior importância para o desenvolvimento económico do país”, assinala António Costa.
Já o anfitrião da cerimónia, o presidente da Câmara de Braga, descreve mesmo como “uma solução revolucionária para tornar o transporte público em contexto urbano cada vez mais atrativo, mais eficiente e mais sustentável”. Ricardo Rio tem a expetativa de “conseguir mobilizar anualmente alguns milhões de passageiros para ajudar a desonerar o centro da cidade, do ponto de vista da utilização das viaturas próprias”.