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Redação

Cultura 29.10.2024 07H00

Protagonistas anónimos da ditadura ganham destaque em monólogo no Theatro Circo

Escrito por Redação
A peça ‘Salgueiro Maia: Cartografia de um Monólogo’ revisita, esta quarta-feira, o espetáculo original e integra experiências partilhadas durante uma década de apresentações.
Palavras Ricardo Simões.

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Criado para dar voz às histórias de personagens que viveram a ditadura em Portugal, o espetáculo ‘Salgueiro Maia: Cartografia de um Monólogo’ revisita a peça original e cria uma obra biográfica que recupera experiências partilhadas pelo público durante uma década de apresentações. A criação de Ricardo Simões, do Teatro do Noroeste, sobe ao palco do pequeno auditório do Theatro Circo esta quarta-feira, pelas 21h30.


O monólogo pretende criar um debate sobre os 50 anos da Revolução dos Cravos e o Portugal de 2024, ao utilizar elementos da obra ‘24A74 – Salgueiro Maia’, que estreou há 10 anos, mas "é um espetáculo totalmente novo”, com o conjunto de histórias que eram contadas durante as apresentações da digressão que passou por Portugal, Espanha e também pelo Brasil. “Eu tinha vontade de criar um objeto autobiográfico e que pudesse servir como plataforma para partilhar algumas histórias”, disse.


Adianta que um dos desafios que teve foi fazer com que a peça “pudesse ser interessante para quem não viu o espetáculo original” e ainda torná-lo um “objeto artístico importante em 2024”. Ricardo Simões sublinha que este trabalho de “cartografia” vai ser realizado em conjunto com o público e que vai levá-los a “refletir sobre o Portugal do pré e do pós 25 de Abril e de 2024”.


Durante o monólogo alguns elementos da peça original, como algumas passagens do texto e “o facto de ser um monólogo”, mesclam com a nova estética, que passa de “dramática para um espetáculo pós-dramática”. O espetáculo ‘Salgueiro Maia: Cartografia de um Monólogo’ é, segundo as palavras de Ricardo Simões, “mais experimental do que o original e aproveita para questionar as fronteiras do ato teatral”.


Durante a apresentação, o público será o elemento capaz de determinar o “princípio e o final da peça”. “O espetáculo fica neste fio de navalha, tendo a história contemporânea portuguesa e a personagem extraordinária que foi Salgueiro Maia, como pano de fundo”, finaliza.




*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista.

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