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Liliana Oliveira

Academia 17.06.2022 14H09

Recomendação da CE tem apenas um “impacto simbólico” nesta fase

Escrito por Liliana Oliveira
Segundo a professora de Relações Internacionais da Universidade do Minho, Sandra Fernandes, o impacto no desfecho da guerra dependerá “do apoio financeiro e com armas à Ucrânia”.
A opinião de Sandra Fernandes, docente de Relações Internacionais da Universidade do Minho, sobre a recomendação da Comissão Europeia para que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia

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Para Sandra Fernandes, a recomendação da Comissão Europeia ao Conselho Europeu para que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia (UE) tem apenas um “impacto simbólico”, nesta fase.


O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse, esta sexta-feira, que Moscovo vai acompanhar de perto a candidatura da Ucrânia à União Europeia, porque "requer atenção redobrada”. “Estamos ao corrente da intensificação das discussões na Europa sobre o fortalecimento da componente de defesa da UE", acrescentou.

No Twitter, o presidente ucraniano referiu que este “é o primeiro passo no caminho da adesão à União Europeia que certamente vai aproximar a Ucrânia da vitória”.

Segundo a professora de Relações Internacionais da Universidade do Minho, o impacto no desfecho da guerra dependerá “do apoio financeiro e com armas à Ucrânia”


A docente não tem dúvidas de que o processo de adesão da Ucrânia terá que ser muito diferente dos anteriores.

“A ideia da Europa é abrir os braços à Ucrânia. No entanto, terá que ser um processo de adesão muito diferente dos anteriores, uma vez que a UE vive uma realidade inédita e o processo de adesão, tal como vinha a acontecer, é longo e muito técnico”, explicou. A responsável referiu ainda que “esta parte mais criativa terá que ser inventada pela União”.


O estatuto de candidata à União Europeia depende da unanimidade dos 27 estado-membros da UE, que será discutida a 23 e 24 de junho.

A esta distância temporal, e vivendo “tempos muito movediços”, é “difícil dizer se a unanimidade vai ser conseguida”. “Há países que apoiam plenamente, mas temos que aguardar pelo que outros países, como a Hungria, vão dizer”, acrescentou.


A especialista acredita que sem a invasão russa o processo de alargamento da União Europeia não seria tão imediato. “O processo de alargamento à UE, antes da guerra, estava encalhado. O alargamento era um objetivo muito difundido no tempo e esses países por muito que convergissem, em termos de reformas e aproximação política, nunca veriam esse desejo realizado. Ucrânia, Balcãs, Moldávia, Geórgia.. as perspetivas estavam no mínimo proteladas num horizonte indefinido”, finalizou. 



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