Academia 01.08.2025 12H33
Reitor da UMinho "sem objeção de fundo" à reforma no MECI
Rui Vieira de Castro reage à RUM aos anúncios feitos na quinta-feira pelo Ministro da Educação, Ciência e Inovação. Admitindo que "há riscos" associados a este conjunto de alterações, o reitor assinala que o ministro "conhece muito bem a situação".
O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro admite não ter qualquer objeção de fundo à reforma anunciada esta quinta-feira pelo ministro da Educação, Ciência, e Inovação (MECI), no final da reunião do conselho e ministros, nomeadamente a extinção da FCT, mas afirmou que estas decisões vão ter "impacto na vida das universidades", exigindo por isso que sirvam, efetivamente, para "corrigir" o que não está a funcionar devidamente e que há muito está identificado por todas as partes envolvidas.
Rui Vieira de Castro recusa qualquer "surpresa" na reforma anunciada. O reitor fala em reuniões regulares entre o ministro e os reitores das universidades portuguesas.
Em declarações à RUM, horas depois de Fernando Alenxandre anunciar o fim de estruturas como a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ou a Agência Nacional de Inovação (ANI), Rui Vieira de Castro alertou para alguns riscos associados à reforma anunciada, mas reconheceu que a mesma é necessária. "Não tenho objeção de fundo relativamente às grandes orientações, mas tenho a expetativa que tudo aquilo que foram disfuncionamentos identificados ao longo do tempo possam ser agora corrigidos", vinca. No que respeita à fusão da FCT e da ANI, acrescenta que "é um dos objetivos para facilitar todos os processos de transferência do conhecimento que é produzido para a economia", e que nessa medida "está muito em linha com aquilo que hoje está a ser formulado e praticado no contexto europeu".
Nesta matéria, "o risco maior" pode estar na investigação fundamental, alerta o reitor, a atividade de pesquisa científica "que não gera imediatamente novos produtos ou processos que possam ser apropriados no contexto social e económico".
Outro ponto mencionado pelo reitor da academia minhota está relacionado com a criação do Instituto para o Ensino Superior. Rui Vieira de Castro avisa que a fusão da Agência Erasmus+ com a Direção Geral do Ensino Superior é necessário que não se trate apenas de "uma justaposição de competências". "Estas decisões são decisões com impacto na vida das universidades", reforça.
No entanto, dada a transformação que o ministério tutelado por Fernando Alexandre pretende operar implica alguma agitação na comunidade académica e científica. "As estruturas atualmente existentes vão manter-se até serem substituídas, e diria que é quase inevitável alguma turbolência em torno deste processo (...) mas se estas ideias se materializarem depois nas formas concretas de organização e depois nos modos de operacionalização, acho que poderemos ter uma alteração muito profunda e positiva no sistema de ensino superior e investigação em Portugal. Temos que esperar para ver", finaliza o reitor da academia minhota que refere que está “bem entregue” a Fernando Alexandre, uma vez que se trata de um académico que "conhece muito bem a situação".
Ministro não informou previamente os reitores de pormenores da reforma aprovada em Conselho de Ministros
O reitor da Universidade do Minho admitiu hoje que o ministro da educação, ciência e inovação nao discutiu nem apresentou ao conselho de reitores a reforma aprovada, esta quinta-feira, em conselho de ministros.
Apesar de encontros periódicos com o CRUP, Fernando Alexandre não abordou o dossier, ainda que na ótica de Rui Vieira de Castro esta seja uma opção legítima.