O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, assegurou que vai tornar pública toda a informação sobre as causas do 'apagão' que deixou Espanha e Portugal às escuras na semana passada, mas admitiu que isso vai levar tempo.

"Tornaremos público tudo o que se descobrir sobre o apagão, mas isso levará tempo", afirmou Pedro Sánchez no Congresso de deputados, a câmara baixa do Parlamento espanhol, onde está a ser ouvido nesta quarta-feira, 7 de maio, a propósito do incidente elétrico.

"Sei que os cidadãos querem saber o que aconteceu. E que querem saber o quanto antes", disse. Só que, além da complexidade, as autoridades receberam 756 milhões de dados técnicos das operadoras.

Segundo o El Español, a investigação para esclarecer as causas do apagão podem durar entre três a seis meses, um período semelhante ao previsto pela Comissão Europeia para apresentar as suas próprias conclusões sobre o incidente.

O presidente do governo espanhol recusou ainda que a culpa seja da energia nuclear ou renovável. "Vincular este 'apagão' ao debate das nucleares não é só irresponsável, é também uma gigantesca manipulação", lamentou Pedro Sánchez.

"É paradoxal: os mesmos que acusam o governo de ainda não ter apresentado as causas do apagão, há dias que recomendam uma solução. Uma solução que se liga à sua agenda ideológica e interesses de grandes empresas energéticas", disse, numa alusão implícita ao PP e ao VOX.

A aposta na energia nuclear sempre foi uma prioridade do PP. E o 'apagão' tem dado gás ao debate da oposição política mais à direita de Sánchez (PSOE). Para o partido de Alberto Núñez Feijóo, que defende que o tempo de vida dos reactores seja alargado, o nuclear teria garantido a estabilidade do fornecimento elétrico.

Também o VOX tem usado o apagão para reabrir o debate sobre o calendário de encerramento das centrais nucleares em Espanha, no qual insistiu logo no dia seguinte ao incidente elétrico.

Sánchez insiste que, hoje em dia, "não há nenhuma evidência empírica que diga que o incidente foi provocado por um excesso de renováveis ou a uma falta das centrais nucleares".

O chefe do Executivo reafirmou a defesa pelas energias limpas: "O futuro energético da Espanha é verde ou não será".

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