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MATILDE FIESCHI
Liliana Oliveira

Academia 25.08.2025 16H02

Sindicato do Ensino Superior desafia Governo a repensar modelo de acesso

Escrito por Liliana Oliveira
José Moreira lembra que a diminuição de estudantes a ingressar no Ensino Superior é "bastante negativa para o país".
Declarações de José Moreira, do Sindicato Nacional do Ensino Superior

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O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior desafia o Governo a repensar o modelo de acesso às universidades.


Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso confirmaram uma diminuição inédita do número de candidatos e, por consequência, do número de estudantes colocados.

No país, dos 48 718 candidatos, foram colocados 43.899 no ensino superior público. O número de estudantes candidatos diminuiu 16,4% face ao ano passado, bem como o número de colocados, que regista, face a 2024, uma diminuição de 12,1%.


“Provavelmente, o problema deve-se à mudança das regras de acesso ao ensino superior, pelo facto de serem exigidos mais exames e das regras para completar o secundário serem ligeiramente diferentes, nomeadamente com o exame de Português”, afirmou, em entrevista à RUM, José Moreira. O Sindicato considera que as alterações impediram alguns alunos de se candidatarem à universidade. 


Em 2023, quando o modelo foi revisto, as provas de ingresso passaram a ter um peso mínimo de 45% na nota de candidatura (era de 35%); a classificação final do ensino secundário passou a valer, no mínimo, 40% dessa nota (era de 50%); e as instituições passaram a ter de exigir pelo menos dois exames nacionais como provas de ingresso, quando antes o mínimo era de apenas um exame.

O Sindicato do Ensino Superior desafia o ministério tutelado por Fernando Alexandre a “repensar a questão do acesso ao ensino superior”, no sentido de “não sermos muitíssimo rigorosos no acesso ou ter um acesso mais abrangente e que depois sejam as próprias instituições a mitigar alguns problemas de formação que os alunos têm quando chegam à universidade ou aos politécnicos”.


“A não ser que tenha havido aqui algum efeito estranho que nós não conhecemos bem, e tivesse havido muitos estudantes a não completar os exames na primeira fase e tivessem que esperar pela segunda fase, não creio que o número de alunos colocados na segunda e terceira fase saia muito do que tem sido nos anos anteriores, portanto não vai aumentar substancialmente”, alegou ainda, contrariando algumas vozes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, que diz ser prematura analisar números, nesta fase.


José Moreira lembra ainda que esta diminuição de estudantes no Superior "será bastante negativa para o país, porque quanto menos população aceder às universidades e politécnicos, menos cidadãos têm uma formação mais completa e proveitosa".


O preço do alojamento pode também ter influenciado estes números, mas José Moreira acredita que os custos associados à frequência do Ensino Superior se farão notar nas taxas de inscrição.

 

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