Há no mercado um desinfetante que consegue eliminar o vírus SARS-COV-2 em apenas 30 segundos. Esta ideia nasceu na Chemitek, uma empresa especializada desde 2018, em produtos de limpeza para painéis solares com actuação em 40 países. Um serviço sazonal que foi bastante afectado pelo fecho dos mercados asiáticos e sul americanos, devido à pandemia de Covid-19.

No início do ano a Chemitek registou quebras superiores a 50%. Um problema que obrigou a empresa a adaptar-se às circunstâncias actuais do mundo.

Em entrevista à RUM , o CEO da startup explica que era notória a falta de desinfectantes no mercado, logo César Martins decidiu aproveitar o know how já detido na área de químicos para criar um novo desinfectante.

"Não quisemos utilizar o álcool gel por ser inflamável e secar as mãos. Optamos por outros princípios activos da área farmacêutica. Desenvolvemos um produto que penso que somos a primeira empresa portuguesa a conseguir", explica.

Ora, para a Chemitek a pandemia do novo coronavírus acabou por ser uma janela de oportunidade, visto que com este novo ramo do negócio conseguiram "potenciar as vendas da empresa nos últimos meses em função da quebra na área dos painéis solares". Actualmente, a Chemitek contratou mais dois colaboradores. No total a startup conta com seis funcionários.

CEO estima que todos os dias mais de 5 mil pessoas utilizem o desinfectante da Chemitek.

O produto, com base de cloreto de didecildimetilamónio, conta com certificado na eliminação de vírus encapsulados, incluindo o SARS-CoV-2 e Ébola (segundo norma EN 14476:2019), bactérias (segundo norma EN 1276:2019) e fungos (segundo norma EN 1650:2019). De realçar que o composto é eficaz quer em superfícies como nas mãos dos utilizadores. A Chemitek garante uma proteção entre 2 a 4 horas após a aplicação.

O Sani Protect, nome do desinfectante em Portugal, está a ser comercializado essencialmente para retalhistas. Com capacidade para produzir 100 toneladas mensais deste composto, a empresa está também a exportar para países como França, Reino Unido e Alemanha.

César Martins frisa que este processo não é realizado diretamente pela Chemitek, mas sim, pelos retalhistas. Este é já um produto utilizado em sectores ligados à saúde.

Projecto foi financiado em 41.368 mil euros pelo Portugal 2020. 

Muitas startups podem fechar portas até ao final de 2020 caso ajudas do Estado não cheguem.

Na opinião do CEO da Chemitek, César Martins, o lay-off foi uma boa medida que ajudou fundamentalmente as grandes empresas. Porém, no que diz respeito às pequenas empresas e aos empreendedores, o empresário declara que "muitos passam dificuldades", visto que algumas ajudas previstas elo Governo acabaram por não chegar.

"Houve um défice de atenção para as startups. Foram marginalizadas. Espero que o Governo preste atenção a isso, caso contrário até ao final do ano muitas startups vão morrer", alerta.