O diretor do Minho Advanced Computing Center (MACC) ambiciona que o Deucalion, supercomputador 10 vezes mais potente que o Bob, seja o computador mais verde da Europa. Este objetivo poderá ser alargado a todo o MACC.

Rui Oliveira, convidado desta semana do UM I&D, anuncia que o MACC está a trabalhar na possibilidade de construir um Living Lab energético, que tem como meta que pelo menos o Deucalion "nunca venha a usar qualquer fonte fóssil de energia". "Queríamos que fosse desde o primeiro dia o computador mais verde da Europa", declara.

O Deucalion pesa 26 toneladas e está previsto que consuma cerca de 1,7 MegaWatts. Tem uma capacidade de processamento de 10 PetaFlops, ou seja, consegue executar 10 mil biliões de instruções por segundo.

A nova máquina foi financiada através de fundo europeus, no âmbito do programa Euro-HPC, da UE.

Segundo o diretor do MACC, as primeiras peças do Deucalion começam a chegar já no final de Março. Os responsáveis têm em mãos outro "desafio" que passa pela adaptação e recuperação das instalações que vão acolher a máquina. Rui Oliveira descreve os trabalhos como "complexos", uma vez que estão relacionados com ventilação, espaço, alimentação energética e segurança do local". Além disso, os responsáveis pretendem aproveitar a exposição solar e do vento.

De frisar que o Ave Park está localizado numa área com pouca probabilidade sísmica, uma caraterística fundamental na hora de escolher o local para instalar o MACC.

Aos microfones da Universitária, o responsável confessa que "serão 12 meses de sprint", visto que existe um compromisso de Portugal com a União Europeia, que exige que o Deucalion comece a prestar serviço à comunidade até ao final de 2021.

O MACC - Minho Advanced Computing Center – foi criado em 2017. Trata-se de uma infraestrutura nacional, sendo que a sua criação e operação assenta num protocolo com a Universidade do Minho.

O que faz um supercomputador?

Estas máquinas trabalham com grandes simulações, ou seja, testam inúmeras variáveis em poucos minutos ou até segundos quando num computador dito "normal", a mesma operação poderia demorar dias, semanas ou mesmo meses.

Devido à pandemia, o Bob tem tido como foco principal a análise de como os fluidos e aerossóis acabam por se propagar. Através desta máquina conseguimos perceber como nos devemos proteger melhor.

No setor automóvel e da aviação, é premente estudar a aerodinâmica, como devem ser os modelos para oferecerem menos resistência ao ar.

O MACC, oferece a todos os investigadores do país capacidade computacional e de armazenamento. De sublinhar que esta é uma infraestrutura nacional, logo pode ser utilizada por universidades, empresas, entre outros.

O objetivo para 2022 passa sobretudo pela capacitação humana. Desta forma, o MACC pretende alavancar a sua infraestrutura computacional para que seja possível entregar valor à comunidade científica, à sociedade e ao tecido económico.