Academia 18.06.2021 16H51
Supercomputador vai tornar Portugal e o Minho mais atrativos a investimentos
Deucalion estará operacional em 2022. A ambição é que seja o supercomputador mais verde da Europa. Máquina integra rede europeia com mais quatro equipamentos descentralizados.
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, acredita que o supercomputador Deucalion vai atrair novos investidores para Portugal, em especial, para a região minhota.
Esta sexta-feira, o campus de Couros da Universidade do Minho, em Guimarães, acolheu uma reunião da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e do “MACC User Group Workshop”, onde foi entregue o Manifesto do Minho, dos diretores dos centros europeus, que acolhem as cinco máquinas de nível petascale à Comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Maryia Gabriel.
Desde 2017, que esta rede europeia está a ser construída e, agora, passa a estar operacional.
De acordo com o Ministro Manuel Heitor, os supercomputadores atraem cada vez mais utilizadores por todo o mundo, logo junto aos centros que acolhem estes equipamentos são criados "ecossistemas de inovação". À RUM, o Ministro deu o exemplo da cidade de Austin, no Texas, de onde é oriundo o BOB, primeiro supercomputador instalado em Portugal. "Agora é um grande centro de inovação", declara.
Esta máquina tem uma capacidade superior de armazenamento e processamento de dados. Segundo o responsável pela pasta da Ciência e Tecnologia, o Deucalion será utilizado, sobretudo, na investigação para a "prevenção do cancro, prevenção de fogos através de sistemas de observação da Terra ou mobilidade na cidade". Outros casos em que será chamado a operar estarão relacionados com a "origem da matéria e física dos plasmas".
Deucalion será o supercomputador mais verde da Europa.
A ambição já tinha sido avançada aos microfones da RUM em janeiro deste ano pelo diretor do Minho Advanced Computing Center (MACC), Rui Oliveira. Agora, o projeto está mais perto de ser uma realidade.
Luís Seca, responsável do MACC pela componente da sustentabilidade, explica que irá nascer junto ao edifício que vai acolher o Deucalion, no Ave Park, um Living Lab.
"Vamos ter uma produção local de energia solar e eólica. Para o armazenamento de energia gerada pelos painéis fotovoltaicos serão utilizadas baterias, em segunda vida, de veículos elétricos", revela. De sublinhar que o calor criado pelo supercomputador será utilizado para o aquecimento do edifício, a ideia do grupo passa por "evitar utilizar energia elétrica".
Outra das problemáticas identificadas pela Comissão Europeia e os seus parceiros está relacionada com os custos "extremamente elevados de manutenção dos supercomputadores". No caso do Bob, instalado em Riba d´Ave, a fatura é de aproximadamente 1 milhão de euros anuais.
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior avança com o objetivo de reduzir para cerca de 30% os custos de operação do Deucalion.
A comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Maryia Gabriel, desafiou a audiência a apresentar, em outubro, um plano de ação para que a comissão possa cofinanciar o custo de operação destas máquinas.
Edifício que irá acolher o Deucalion também vai receber grupos de investigação.
Segundo o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, o edifício localizado no Ave Park, já foi adquirido pela Câmara Municipal de Guimarães. Neste momento, a academia minhota está a trabalhar nos projetos de arquitetura e engenharia para que seja possível instalar o equipamento de nível petascale. A operação, no âmbito do programa Euro - HPC, está orçada em cerca de 30 milhões de euros.
A expetativa da UMinho, é que o Deucalion esteja a operar no primeiro semestre de 2022. O edifício, junto ao SpinPark, vai permitir a instalação, de alguns grupos de investigação.
Rui Vieira de Castro acredita que este equipamento vai permitir "criar condições para a construção de comunidades de utilizadores sejam eles investigadores sejam líderes da indústria".