Academia 12.02.2024 07H00
UMinho acolhe lançamento de Livro Branco direcionado para a IA nas ciências da vida
O Livro Branco "Inteligência Artificial (IA) inquietações sociais, propostas éticas e orientações políticas", desenvolvido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida será apresentado e discutido na sexta-feira na Universidade do Minho.
A Universidade do Minho (UMinho) acolhe na próxima sexta-feira, véspera dos 50 anos da instituição, a apresentação do Livro Branco: "Inteligência Artificial (IA) inquietações sociais, propostas éticas e orientações políticas", desenvolvido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida através dos contributos de um grupo de trabalho direcionado para a inteligência artificial aplicada à biomedicina. Um tema "importante do ponto de vista científico e tecnológico com impactos sociais e éticos", começa por argumentar a presidente do conselho nacional, Maria do Céu Patrão Neves.
Em entrevista à Rádio Universitária do Minho, a professora da Universidade dos Açores especialista em bioética, sublinha que "a Inteligência Artificial traz benefícios acrescidos na área da biomedicina, deve ser implementada e a digitalização deve ser incrementada tão rápido quanto possível no nosso país", mas defende que, em simultâneo, é preciso ter em atenção "questões fundamentais da área ética e social e que têm a ver com garantia do respeito pela dignidade humana, pelos direitos humanos e liberdades fundamentais, pela promoção da justiça social, da não discriminação, da acessibilidade mais ampla aos serviços de saúde".
O grupo de trabalho desenvolveu esta análise em torno de cinco áreas específicas: investigação biomédica, assistência clínica, administração da saúde e gestão hospitalar, administração da saúde pública ao nível governamental e ensino e educação para a saúde. Maria do Céu Patrão Neves nota que estas cinco áreas "são sistematizações metedológicas para uma melhor compreensão dos diferentes impactos da IA nesta área", mas não deixam de ser "comunicantes e transversais".
Depois deste trabalho de levantamento e discussão serão apresentadas recomendações junto de diferentes entidades e instituições. "O documento termina com a apresentação de recomendações às diferentes partes interessadas, às diferentes entidades desde as governamentais até associações cívicas que têm uma palavra a dizer nesta matéria", esclarece ainda a presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. É preciso mostrar "como é que os percursos devem ser feitos para garantir benefícios e minimizar potenciais prejuízos".
Plateia desafiada a apresentar contributos
Na sexta-feira, após a apresentação, segue-se um debate com três especialistas na área da Inteligência Artificial, oriundos de campos diferentes.
A mesa-redonda terá como intervenientes os especialistas José Manuel Machado (UMinho), Maria Goreti Marreiros (Instituto Superior de Engenharia do Porto - ISEP) e José L. Vilaça (Instituto Politécnico do Cávado e do Ave - IPCA) .
Maria do Céu Patrão Neves antecipa uma discussão de argumentos "alargada, plural, a partir do livro branco, os seus contributos, omissões a colmatar e aspetos complementares que vale a pena relacionar". Todas as conclusões deste trabalho permitirão à plateia fornecer "informação atualizada, rigorosa e objetiva", aponta. O debate será aberto à plateia presente. "Queremos ouvir a sociedade civil, todo o público interessado, para que tragam as suas perspetivas, porque é desta pluralidade que conseguimos apresentar um documento mais abrangente acerca de expetativas e receios da sociedade em relação à implementação da Inteligência Artificial na Biomedicina", justifica.
A sessã do próximo dia 16 de fevereiro, decorrerá entre as 10h00 e as 12h30.