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Fonte: UMinho
Tiago Barquinha

Academia 26.11.2021 21H05

UMinho confirma atos de índole sexual dentro do Campus de Gualtar

Escrito por Tiago Barquinha
Durante o dia, através de e-mail, vários estudantes abordaram a reitoria sobre o assunto. A associação académica pede aos alunos que denunciem mais situações semelhantes.

A Universidade do Minho alerta para “atos de exibicionismo de índole sexual” que decorreram nas últimas semanas junto ao Complexo Pedagógico 1 do Campus de Gualtar. De acordo com o comunicado enviado esta sexta-feira pelo administrador da academia minhota, a investigação está entregue à Polícia Judiciária (PJ).


Carlos Menezes refere que o responsável pelos atos trata-se de “um indivíduo ainda não identificado pelas autoridades”, garantindo que a UMinho está “a envidar todos os esforços, em conjunto com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a PJ, para resolver a situação". 


Adianta também que foram “reforçadas as medidas internas de segurança” e que a GNR, em parceria com a instituição de Ensino Superior, procedeu “ao aumento de vigilância ao Campus de Gualtar e suas imediações”. 


Perante este cenário, o administrador solicita às pessoas que, “fora do horário de funcionamento da universidade, não circulem sozinhas no Campus de Gualtar” e que “privilegiem as áreas com maior visibilidade e iluminação”. 


Durante o dia, através de e-mail, vários estudantes abordaram a reitoria sobre o assunto, que, segundo alguns relatos, já se prolonga desde 2017. 



Relatos de assédio sexual preocupam AAUMinho


A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) também já se pronunciou. Em declarações à RUM e na sequência de um comunicado publicado esta tarde, o presidente Rui Oliveira mostra-se “preocupado” com a situação. O representante dos alunos adianta que tem recebido “várias informações, provenientes da comunidade académica”, a alertar para casos de assédio e que vão para além do reportado pela UMinho.


Um dos episódios terá envolvido um funcionário da Residência Lloyd, no ano passado, que alegadamente assediou uma estudante. Referindo que teve acesso a esse testemunho, Rui Oliveira exige “respostas”, defendendo que, nesses casos, devem ser “tomadas medidas urgentes”. 


“Se é do conhecimento deles [reitoria e Serviços de Ação Social], não quero acreditar que não dão atenção quando um aluno se pronuncia desta forma. É uma problemática muito sensível”, acrescenta.


Até ao momento, nem a reitoria nem os serviços de Ação Social da UMinho se pronunciaram publicamente sobre este assunto. 



Formulário sobre segurança dentro e fora dos campi já recebeu mais de 300 denúncias


Desde janeiro de 2020, a AAUMinho disponibiliza um formulário intitulado ‘Segurança nos campi e na envolvente dos campi’. O objetivo é que os estudantes possam relatar, de forma anónima, “situações anómalas” que possam ter comprometido a sua segurança e bem-estar.


Até agora, de acordo com Rui Oliveira, já foram recebidas mais de 300 denúncias referentes aos campi de Braga e Guimarães. O assédio é uma das situações previstas neste documento, sendo que a articulação é feita posteriormente com as forças de segurança.


Acreditando que há “mais casos” por reportar, o representante dos estudantes pede aos alunos com conhecimento de situações semelhantes que preencham o formulário“É importante termos informações concretas e mais pormenorizadas para que seja possível atuar com maior eficiência”, alerta.




*Notícia atualizada às 22h25 com declarações do presidente da AAUMinho

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