ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

Foto: Ana Preto e Andreia Valente na entrega do prémio com os membros da organização / UMinho
Maria Carvalho

Academia 20.11.2024 09H56

UMinho e ULisboa premiadas por fármaco promissor contra o cancro colorretal e do pâncreas 

Escrito por Maria Carvalho
A equipa acaba de vencer a primeira edição do 'Basinnov Innovation Award 2024', tendo direito a 20 mil euros para aplicar em ensaios pré-clínicos.
Palavras da investigadora da ECUM, Ana Preto.

false / 0:00

Um composto criado em Portugal é o primeiro descrito a bloquear as três principais mutações do gene mais frequente no cancro colorretal e pancreático. Este resultado foi mostrado em células do laboratório e em ratinhos e, se os ensaios pré-clínicos e clínicos correrem bem nos próximos anos, o fármaco poderá ser decisivo nesses e noutros cancros com aquelas mutações, como do pulmão, ovário e útero.


O projeto 'TaMuK:Targeting Mutated KRAS', está patenteado e deu os primeiros passos há cerca de dez anos, pelo grupo da investigadora Ana Preto, no Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), e pelo grupo da investigadora Andreia Valente, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), a par de Helena Garcia e Paulo Costa (FCUL) e de Cristina Fillat, do Instituto de Investigações Biomédicas August Pi i Sunyer (Barcelona).


"Esta nova molécula tornou-se bastante interessante porque, desde o início, tinha realmente um efeito nas células, em laboratório, derivadas de cancro colorectal. E quando digo ter um efeito, significa que levava à morte dessas células. Uma morte que nós chamamos de 'programada'", explica a investigadora da UMinho. O novo composto designa-se PMC79, é baseado no metal ruténio e atua como uma espécie de “bala mágica” em mutações do gene KRAS, ligado ao desenvolvimento de vários cancros.


"Nas últimas décadas foram feitos vários estudos para se atuar no gene KRAS, então considerado “invencível” ou “não tratável”. Recentemente, surgiram no mercado alguns inibidores, mas de eficácia limitada nos cancros colorretal e do pâncreas, no qual o PMC79 parece promissor", detalha à RUM, Ana Preto.


Ao vencer a primeira edição do 'Basinnov Innovation Award 2024', aA equipa de investigação tem direito a 20 mil euros para aplicar em ensaios pré-clínicos e a serviços de mentoria da rede europeia de inovação em saúde EIT Health InnoStars.


"Este prémio é, sem dúvida, um trabalho de equipa, não só da de Lisboa, mas também dos vários estudantes que, ao longo destes quase 10 anos, passaram pelo meu laboratório e testaram o composto", conclui Ana Preto.


O prémio foi atribuído num evento satélite da Web Summit, em Lisboa. A iniciativa visa distinguir uma inovação na oncologia e imunoterapia com grande relevo científico, terapêutico e de potencial aplicação na farmacêutica.

Deixa-nos uma mensagem