Academia 07.04.2020 15H24
UMinho lança livros interactivos sobre multiculturalismo
A primeira história, dedicada à Índia, já pode ser acedida através da Play Store. A iniciativa está inserida no projecto 'Mobeybou'.
O Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho está a desenvolver livros interactivos para promover o multiculturalismo junto das crianças. A iniciativa está ligada ao projeto ‘Mobeybou’, acrónimo de ‘Moving Beyond Boundaries: Designing Narrative Learning in the Digital Era’, financiado pela FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Os livros interactivos destinam-se a crianças do pré-escolar e do 1º ciclo. O primeiro, dedicado à Índia, já está disponível gratuitamente na Play Store. Esta aplicação conta as aventuras de Meera e Rajesh, que vão construir um pungi (flauta indiana), viajar com o elefante Hati, explorar a floresta, recolher notas musicais e enfrentar a serpente Kalaya com música e dança. Nesta história interactiva pode-se usar ainda realidade aumentada, explorar uma floresta a 360º, aprender sobre a Índia, inventar músicas e criar a própria gravação da narrativa.
Neste momento estão a ser também preparadas aventuras localizadas em Cabo Verde e no Brasil. De acordo com a coordenadora do projecto, o objectivo é “desenvolver um livro para cada país que dê várias informações sobre essa cultura”.
Cristina Sylla explica que esta aplicação é apenas “parte do projecto”. Paralelamente, o grupo de investigação já desenvolveu um manipulativo que junta blocos físicos e conteúdos digitais de storytelling. “Cada bloco representa uma cultura e é possível cruzá-los. Eles ligam-se ao computador por bluetooth e podem despoletar animações ou sons ambiente”, acrescenta.
Atendendo a que “as sociedades são cada vez mais multiculturais, devido à movimentação das populações”, a mentora do projecto explica que é importante, desde cedo, “as crianças começarem a perceber que todas as pessoas têm o mesmo valor apesar de terem costumes diferentes”. Nesse sentido e numa altura em que as aulas presenciais estão suspensas, a investigadora considera que estes materiais podem ser "um importante auxílio para os professores" quando abordarem este tema.