"A situação é de crise". As palavras são do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro. Até ao momento, não foram encontradas soluções para o problema crónico que as academias, em especial a UMinho, tem vindo a denunciar de falta de alojamento para os seus estudantes.

Na página da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), para a UMinho apenas estão disponíveis 15 camas na Pousada da Juventude de Guimarães. No Observatório do Alojamento Estudantil é possível encontrar 172 quartos privados em Braga e 53 em Guimarães. Os preços médios, nas duas cidades que acolhem os campi da UMinho, oscilam entre os 212 e 214 euros, respectivamente.

O responsável máximo da instituição de ensino superior minhota, revela à RUM, à margem da receção aos novos estudantes, esta quarta-feira, que "até agora não existem respostas". Rui Vieira de Castro garante, contudo que irá continuar a tentar encontrar soluções para os casos que a UMinho tem em mãos.

Porém, alerta que a resposta encontrada pelo Governo "não é uma solução de futuro".

Recorde-se que a UMinho tem quatro projetos apresentados para a construção de novas residências nas cidades de Braga e Guimarães. O dossiê relativo à requalificação da antiga escola de Santa Luzia, sediada na cidade berço, até ao momento não sofreu avanços. "A universidade e a Câmara de Guimarães predispuseram-se a assumir a recuperação da escola de Santa Luzia, mas nem sobre isso houve resposta. Nada de novo apesar das insistências", declara.

Na última visita do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, à Universidade do Minho o responsável anunciou que as obras de conversão da Santa Luzia em residência deveriam arrancar já em 2021.

No início do ano lectivo o Governo anunciou um protocolo com hotéis, alojamento local e pousadas da juventude que representaria um acréscimo de 4.500 camas, a preços fixos. Mas a oferta já presente no site da DGES está longe das camas anunciadas.

"Não conseguimos perceber onde estão as prioridades da tutela para fazer crescer estas universidades que não são do Porto ou Lisboa", critica o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho. Actualmente, a instituição conta com um universo de 1.328 camas disponíveis para 5.542 estudantes que usufruem de bolsas de acção social escolar. Uma realidade que pode levar ao abandono escolar, visto que os preços das camas disponíveis são elevados.