Cultura 24.10.2025 08H39
Utopia arranca a 14 de novembro com Nobel da Literatura Abdulrazak Gurnah
Ricardo Rio, presidente do Município de Braga assume para si aposta ganha num festival que "não é um produto chave na mão" e que envolve a comunidade a diferentes níveis, fomentando o interesse pela leitura.
É com o Prémio Nobel da Literatura Abdulrazak Gurnah que arranca a terceira edição do Festival Utopia, em Braga, no próximo dia 14 de novembro. O festival literário continua a afirmar-se nacional e internacionalmente e a apresenta este ano nomes como Mia Couto, figura maior da literatura, e uma das estreias mais aguardadas de Martim Sousa Tavares com o espetáculo narrativo e autobiográfico “Ponto de Fuga”, na tarde de 16 de novembro, primeiro fim-de-semana do festival. A aposta no digital evidencia-se nesta nova edição.
Regressa a Braga a 14 de novembro e prolonga-se por dez dias com autores nacionais e internacionais reconhecidos, várias estreias e a presença do Nobel da Literatura de 2021.
O Utopia foi apresentado na tarde desta quinta-feira, em conferência de imprensa realizada na Capela Nossa Sra. Imaculada Conceição, momento em que o autarca de Braga, Ricardo Rio, evidenciou que esta foi uma aposta ganha num festival "diferenciado que não é um produto chave na mão que se podia realizar em qualquer outro lugar". "Quando recebemos o Utopia, quisemos posicionar Braga numa cidade que investe na cultura, porque tem público e população que tem um apetite especial pelas atividades culturais (...) sempre houve muito cuidado de envolver os autores locais, as livrarias locais, as instituições locais, as universidades e as escolas".
Ricardo Rio, que se despede enquanto autarca do festival que quis afirmar na cidade, saudou "o arrojo e confiança" dos organizadores do Utopia, evidenciando que se trata de "um festival que qualquer cidade do mundo gostaria de ter". "Braga faz muito gosto de ser uma cidade que reúne todas as condições para que o evento seja um sucesso", mencionou notando ainda o caráter "diferenciado, de enorme qualidade" do Utopia que contribui para "posicionar Braga como cidade que investe na cultura".
Paulo Ferreira, diretor do festival, afirma que se trata de um programa "ambicioso" com várias estreias e figuras de relevo da literatura nacional e internacional, incluindo o Prémio Nobel da Literatura, Abdulrazak Gurnah.
Entre as novidades desta edição surgem os jantares literários vínicos com Rita Redshoes e Afonso Cruz.
A terceira edição volta a contar com propostas direcionadas para o público infanto-juvenil, que decorrem em paralelo com outras sessões dentro do Espaço Vita, que se mantém como epicentro do Utopia. Além disso, o festival vai estar nas escolas e nas empresas de Braga.
Um festival literário que não é uma feira do livro, mas são cada vez mais os livreiros interessados em participar no Utopia, acrescenta o diretor. "Não fazemos a venda dos livros, esse papel e essa receita é deixada aos livreiros. Aumentou o número de livreiros face ao ano passado e será a eles que caberá a venda dos livros dos nossos convidados e de outros livros que eles decidam trazer", referiu também o responsável do Utopia.
Festival Utopia já se afirma como marca global três anos depois da sua estreia
O objetivo de Paulo Ferreira, diretor do festival, passava por colocar o Utopia como marca global de eventos literários e esse caminho está a afirmar-se, confidencia, até porque dois anos juntam-se "cada vez mais editoras, mais contactos, propostas e parceiros". De Braga para outras geografias, o Festival Utopia passou este ano por duas cidades da Colômbia, e em 2026 vai estar em Ponta Delgada, capital portuguesa da cultura e alargar esta realidade está no horizonte da organização.
O programa completo já está disponível no site oficial do Festival Utopia.