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Vanessa Batista / RUM
Vanessa Batista

Regional 20.09.2024 13H02

22 médicos de todo o país rumam à ULS de Braga para formação especializada em fibroscopia

Escrito por Vanessa Batista
8ª edição do Curso ATAM 2024 (Advanced Techniques for Airway Management), é promovido pela Escola de Medicina da Universidade do Minho. 
A RUM acompanhou o último dia do Curso Avançado em Abordagem da Via Aérea, no Hospital de Braga, pode ouvir aqui a reportagem.

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Durante três dias, 36 médicos de todo o país rumaram até ao Norte para participar na 8ª edição do Curso ATAM 2024 (Advanced Techniques for Airway Management), nos Hospitais de Braga e São João no Porto. A ULS de Braga recebeu 22 formandos para a pós-graduação, que ocorre duas vezes ao ano, promovida pela Escola de Medicina da Universidade do Minho.


Os participantes atuam nas áreas de Anestesiologia, Medicina Interna e Medicina Intensiva. Esta é uma oportunidade de desenvolver conhecimentos teóricos e práticos, neste caso sobre fibroscopia, uma técnica avançada na abordagem da via aérea, que exige treino e experiência até à prática autónoma por parte dos anestesiologistas. Sendo mais eficaz e menos traumática do que as técnicas de resgate invasivas, é muito segura para os doentes.


Por volta das 10h00, a RUM teve oportunidade de assistir ao briefing conjunto onde foram debatidos os casos clínicos que, mais tarde, teriam em mãos assim como os planos de ação para diferentes cenários. Helena Salgado, coordenadora do Estágio de Estudos Avançados em Abordagem da Via Aérea, explica em que consiste esta técnica mais segura e menos traumática.


"A anestesia geral implica que o doente não fique a respirar autonomamente e tem de ficar ligado a um ventilador. Para isso, temos de colocar um tubo na traqueia para permitir a respiração, mas alguns doentes colocam dificuldades na laringoscopia e não conseguimos ver as cordas vocais e a entrada da traqueia. Uma das técnicas alternativas e de resgate que utilizamos é a fibroscopia, que consiste num tubo fininho com uma câmara na ponta, em que é possível ver todo o trajeto", explica.


Mais fotografias disponíveis aqui.


Depois de dois dias de treino em manequins e modelos animais para intubação traqueal por fibroscopia, em minutos, será o momento de colocar os conhecimentos à prova. O caso clínico mais desafiante foi o de um homem obeso que foi submetido a uma incisão cirúrgica da vesícula biliar.


João Barbosa, interno de formação especifica de anestesiologia no Hospital de Braga, realça a importância deste tipo de formação no quotidiano, visto que esta é uma das especialidades em que a "abordagem por via aérea é mais utilizada", logo é "importante estarmos preparados para as situações em que o plano A não resulta".


Já Eduardo Ribeiro, oriundo do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, frisa o facto de este ser um curso com reconhecimento a nível nacional e amplamente divulgado. Graças ao "excelente feedback de formandos anteriores fui incentivado a inscrever-me”.


A ULS de Braga é uma das que utiliza com maior frequência esta técnica de fibroscopia, visto que realiza cirurgia Maxilofacial, recebe doentes com dismorfias na face e possui a especialidade de otorrino, que tornam a técnica convencional menos segura.


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