A informação de que há menos 9.046 inscritos que em 2024 no concurso nacional de acesso ao ensino superior é preocupante para todo o sistema. O alerta é do reitor da Universidade do Minho. Para Rui Vieira de Castro, caso não haja uma mudança na próxima fase de candidaturas, será preciso “repensar o que fazer se não houver uma explicação óbvia”.

O prazo terminou esta segunda-feira, e de acordo com os dados da Direção-Geral do Ensino Superior, houve 49.595 candidatos, bem abaixo dos 58.301 registados em 2024.

À RUM, Rui Vieira de Castro, aponta que houve algumas mudanças em todo o sistema de acesso, o que pode ter contribuído para esses números e é cauteloso quanto aos resultados, apontando ser necessário “esperar para ver o que é que vai acontecer nas várias fases de candidatura”. Porém, vinca que “é uma notícia preocupante para o sistema de ensino superior”, e que é “uma quebra muito, muito acentuada”.

Para a generalidade dos reitores estes númeors são por um lado, surpreendentes, e, por outro, preocupantes

Acrescenta ainda que que os índices se aproximam do registado durante a pandemia, o que considera “mau”. Os números registados são semelhantes aos de 2018, quando também apenas 49.362 alunos se candidataram na 1.ª fase. “Se isto se traduzir no final por uma menor procura do ensino superior, por um eventual reconhecimento de que o ensino superior pode não corresponder exatamente às expectativas que as pessoas nele depositam, temos que nos repensar também a nós próprios”, alerta.

Alguns representantes dos estudantes no ensino superior acreditam que os custos com alojamento estão a afastar os jovens do ingresso no ensino superior. Para Rui Vieira de Castro “hão de ser múltiplos (os motivos) a explicar esta situação” e é preciso perceber exatamente o que vai acontecer até o final do processo, para apontar explicações.

c/Liliana Oliveira