O ABC está a reunir esforços para construir um pavilhão multiusos inovador aliando o desporto à vertente empresarial. Há vários meses que o projecto está a ser elaborado pela actual direcção e será apresentado aos sócios no mês de Abril. A novidade foi adiantada à RUM pelo presidente, Rui Silva.

A ideia passa por substituir o "velhinho" Pavilhão Flávio Sá Leite por um multiusos naquele espaço, alargando a sua área para o Campo da Ponte até à rotunda do Monte Picoto, possibilitando, ao mesmo tempo, o início da revitalização daquela zona.

Depois de anos de promessas de romedalações no Flávio Sá Leite e com a certeza de que a intervenção nunca iria permitir a realização de jogos da Liga dos Campeões, a actual direcção decidiu parar e pensar num projecto que permita "revolucionar" e "revitalizar" trazendo dividendos para o clube. Por enquanto estão a ser avaliadas todas as questões legais, uma vez que mesmo ao lado está o Estádio 1º de Maio, monumento nacional.

"Isto não é um projecto do ABC é um projecto para a cidade"

Rui Silva vinca que a intenção passa por "construir um pavilhão multiusos da cidade que possa ser utilizado por outras entidades e não só pelo ABC". "Queremos um pavilhão ao nível dos melhores que existem em Portugal com uma capacidade entre os 2500 e os 3500 lugares", anunciou, defendendo que a referida capacidade é suficiente para as competições europeias não só no andebol como noutras modalidades, promovendo também o regresso das selecções a Braga.

Um centro de alto rendimento de andebol, mais dois pavilhões além do principal, capacidade para receber todo o tipo de jogos e ainda uma zona de alojamento e outra de escritórios para empresas são as principais valências projectadas.

Rui Silva lembra que em Portugal não há nenhum centro de alto rendimento da modalidade, e que faz todo o sentido que seja construído na cidade com mais tradição de andebol no país. "Braga é a cidade de eleição. Além desse centro que vamos trabalhar em parceria com a Federação Portuguesa de Andebol, queremos também criar aqui um centro de estágios que possa receber equipas nacionais e estrangeiras para poderem estagiar com as melhores condições possíveis", explicou o dirigente.

 "A remodelação do velho Flávio Sá Leite deixaria o clube com os mesmos problemas"

Um espaço que terá outras valências que poderão suportar financeiramente o investimento e manutenção do centro desportivo e empresarial. Rui Silva recorda que a remodelação do velho pavilhão não faria diferença para o clube, uma vez que os problemas seriam os mesmos: falta de espaço para tantos atletas, falta de condições dignas para o público e as receitas seriam as mesmas e o que se pretende é uma solução que "dê estabilidade ao clube a longo prazo e permita a aposta em equipas séniores mais competitivas".

Um edifício multifacetado, que poderá ter mais dois pavilhões além do principal, para treinos e jogos com outra dimensão, mas também uma zona de alojamento e de escritórios para empresas.

À procura de parceiros e com conversações que já começaram, Rui Silva admite que "já há interesse de algumas empresas nos vários espaços" que poderão surgir. O dirigente vinca ainda assim que a ideia prévia terá que ser avaliada pelos associados, pelas forças políticas da cidade com o clube de portas abertas para "todos os que queiram ajudar".

A ideia já foi apresentada ao Município de Braga e Rui Silva assegura que Ricardo Rio estará entusiasmado com o projecto “inovador”.