Académicas arrasam decisão de juntar ministérios do Ensino Superior e Educação

As associações e federações académicas discordam do modelo de junção de ministérios. O alerta já tinha sido feito na semana passada numa carta endereçada ao primeiro-ministro indigitado, onde as académicas solicitavam a Luís Montenegro que prosseguisse com o atual modelo de um ministério exclusivo para a ciência, tecnologia e ensino superior, mas tal não se verificou. Com o anúncio de Fernando Alexandre, docente e investigador da Universidade do Minho, para ministro, chegou também a confirmação que a pasta da Educação também fica na mesma alçada.

Num comunicado publicado uma hora depois de ser revelada a composição do novo governo, o movimento estudantil do ensino superior veio a terreiro “manifestar o seu veemente repúdio pela decisão do Sr. Primeiro-Ministro Indigitado, Dr. Luís Montenegro de não criar um ministério exclusivo para a ciência, tecnologia e ensino superior, optando por incorporar estas áreas no Ministério da Educação”.

Na ótica das académicas, esta medida “demonstra um claro desrespeito pela importância e especificidades do ensino superior e da importância estratégica da ciência para o crescimento económico do país”. Assim, “o governo deixa claro que não reconhece a necessidade de políticas e investimentos específicos para promover a excelência e a valorização desta área em Portugal”. Os representantes das associações e federações académicas, onde se inclui a Associação Académica da Universidade do Minho falam em “desvalorização” do ensino superior, da investigação e da inovação, responsabilizando desde já o governo de Luís Montenegro de “comprometer o futuro do país, prejudicando não só estudantes, mas também a sociedade no seu todo”.

As académicas vão mais longe e instam o governo da Aliança Democrática “a reconsiderar esta decisão e a dar a devida prioridade ao ensino superior”.