O presidente da Câmara Municipal de Braga garante que a Alameda do Estádio Municipal é a "única localização possível, não há outra nem no centro, nem fora dele mais apelativa do que esta". 

O tema foi levado à reunião de Câmara desta segunda-feira pelos partidos da oposição, PS e CDU, depois de ambos terem sido contactados por feirantes insatisfeitos com a alternativa encontrada pelo Município. Artur Feio e Carlos Almeida apelaram a Ricardo Rio para que "repensasse" esta mobilização da feira de venda ambulante, que decorria, às quintas-feiras e sábados, junto ao Mercado Municipal. 

Recorde-se que o município já tinha adiantado que por não estarem reunidas as condições necessárias de segurança impostas pela Direcção-Geral da Saúde junto ao Mercado, nesta fase de desconfinamento, a feira poderia reabrir a 21 de Maio, mas junto ao Estádio Municipal de Braga.

"Levar a feira para o Estádio Municipal não é condená-la à sua inactividade"

Segundo o vereador do Partido Socialista, Artur Feio, a decisão vai "aniquilar uma actividade comercial tradicional, que faz sentido que ocorra nas proximidades do mercado municipal". O socialista falou ainda de um "plano aparente" que os comerciantes apresentam e que permite "a reocupação de alguns espaços circundantes ao mercado, que permitiria o afastamento, durante este período de maior confinamento, sem necessidade de mobilização". 

O autarca garante que "não há qualquer possibilidade", primeiro porque "a obra está a decorrer e tem que ter zonas de acesso livres", depois porque "não se vai estragar o que foi feito do ponto de vista dos arranjos do espaço público", mas também por que se vai "prejudicar os moradores, com uma instalação a toda a largura do mercado, todas as semanas". 

O vereador da CDU considera que "as pessoas procuram a feira do mercado municipal no centro da cidade e a sua deslocalização para um sítio de acesso pedonal que não é fácil pode resultar em quebras na procura muito significativas". "Apelo para que se procure encontrar uma solução no centro da cidade", acrescentou. 

"Levar a feira para o Estádio Municipal não é condená-la à sua inactividade, mas tentar promover alguma reactivação do funcionamento", clarificou Ricardo Rio, explicando que a insatisfação dos feirantes não está relacionada com as condições na Alameda, mas com o receio que têm de que "aconteça no mercado o que entendem que aconteceu no Fórum, uma deslocalização de carácter temporário que passou a definitivo". "Estamos a tentar ajudá-los, não a prejudicá-los", finalizou.

CDU apela à distribuição de equipamento de protecção individual na feira semanal

Ainda no domínio das feiras, Carlos Almeida sugeriu ao executivo liderado por Ricardo Rio que "providencie na realização da feira semanal a disponibilização dos equipamentos de protecção individual". O presidente da autarquia considera que "não se pode ter um entendimento diferente para esta feira do que se tem para o restante comércio". "Não é essa a nossa responsabilidade, não faria sentido que o fizéssemos de forma específica para a feira semanal", frisou Rio. A posição do presidente da Câmara mereceu a discórdia do comunista, que considera haver "uma grande diferença entre a feira semanal e o restante comércio, já que a feira é uma iniciativa do município". "Não vamos distribuir máscaras aos espectadores dos espectáculos nos equipamentos culturais, como não o fazemos nos transportes públicos", rematou o autarca.

A feira de venda ambulante continua a realiza-se às quintas-feiras e sábados, mas, para já, na Alameda do Estádio Municipal. Os feirantes retomam actividades esta quinta-feira, dia 21 de Maio. Já a Feira Semanal recomeça amanhã, 19 de Maio, no sopé do Monte Picoto.