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Liliana Oliveira

Academia 18.04.2024 15H59

António Cunha desafia universidades a colmatar lacuna na formação de pessoas acima dos 40 anos

Escrito por Liliana Oliveira
Antigo reitor da UMinho e líder da CCDR-N frisou o “impacto económico e social brutal”, que as instituições de ensino superior alcançaram. 
António Cunha, presidente CCDR-N

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O antigo reitor da Universidade do Minho e presidente do CCDR-N, António Cunha, desafia as universidades portuguesas a colmatar uma lacuna que existe ao nível da formação das pessoas com mais de 40 anos.

A tutelar a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, António Cunha enalteceu, ontem, na UMinho, “os indicadores de educação até aos 34 anos”, onde Portugal pode já comparar-se com a média europeia. No entanto, quando se olha para a população no seu todo “os números não são tão interessantes”. “Se há um desafio que eu gostaria de deixar às universidades é ajudar-nos a resolver aquilo onde estamos pior na região, que são os níveis de formação nas idades mais avançadas, porque as pessoas que hoje têm 40 anos ainda têm uma esperança de vida muito grande, a economia ainda precisa muito delas e os níveis de formação nesse escalão etário ainda são muito baixos”, apontou.


À margem do colóquio “As novas universidades no contexto da democratização portuguesa”, o antigo reitor minhoto frisou o “impacto económico e social brutal”, que as instituições de ensino superior alcançaram. “O Minho é um dos exemplos mais notáveis”, afirmou, lembrando “os impactos” como é a fixação do talento português, evitando que fossem estudar para fora.

“Foram um elevador social enorme, porque havia muitas famílias, nomeadamente em regiões de baixo rendimento, como era esta região, em que estas universidades abriram a possibilidade do acesso ao ensino superior”, acrescentou, referindo também que as novas universidades “permitiram alavancar a economia de um modo notável”.


Crítico da “centralização do país”, António Cunha considera que esta concentração de poderes “por vezes é ofuscante e é inibidora do desenvolvimento”. “Talvez um dos bons exemplos onde isso não aconteceu, onde houve uma efetiva territorialização, foi no ensino superior e isso hoje tem impactos muito fortes”, asseverou.

O presidente da CCDR-N relembrou “o papel enorme que as universidades têm na formação de recursos humanos e ao serem parceiros em projetos de geração de conhecimento e de inovação”. “As universidades podem, em muitos casos, ser mesmo motor desse desenvolvimento”, explicou.


António Cunha acredita que “há um conjunto de iniciativas que, não deixando de ter que estar ancoradas ao tecido empresarial, porque é a partir daí que saem as ideias de negócio, em que as universidades podem ser um parceiro”. Neste sentido, dá o exemplo da parceria entre a Bosch e a UMinho, “um projeto absolutamente paradigmático”, que, no seu entender, “foi sempre mal compreendido pelas agências do poder central, que avaliam projetos”.

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