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Pedro Magalhães

Internacional 11.08.2020 16H52

Anúncio de vacina pela Rússia tem "impacto político significativo"

Escrito por Pedro Magalhães
José Palmeira, politólogo, diz que a posição russa trará um natural "benefício económico directo" ao país.
Opinião de José Palmeira, à RUM, sobre o anúncio russo

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Na opinião do politólogo José Palmeira, o anúncio da Rússia sobre o registo da vacina de Covid-19 tem um "impacto político significativo".


A Rússia é o primeiro país do mundo a anunciar o registo, tendo o presidente russo, Vladimir Putin, manifestado vontade de colocar a vacina - designada Sputnik V - em circulação já a partir de Janeiro de 2021. De acordo com o politólogo e docente da Universidade do Minho José Palmeira, a posição russa trará um natural "benefício económico directo" ao país através da venda das vacinas, visto que nenhum outro registou a vacina, além da resolução dos problemas sanitários e políticos causados pelo novo coronavírus.


Apesar do anúncio russo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já veio pedir cautela ao país, exigindo que não se queimem etapas que "comprometam a segurança" da vacina. Na opinião de José Palmeira, a recomendação da OMS indica que o presidente russo ter-se-á precipitado no anúncio, ao querer marcar rapidamente uma posição interna. 


"Quando há problemas internos, a melhor coisa que pode acontecer a um presidente é mostrar aos seus concidadãos que o seu país está à frente dos outros, neste caso do ponto de vista científico", explica, defendendo ainda que se a ideia de Putin, com o anúncio, é a de fazer uma manobra de propaganda, o resultado pode sair falido.


"Podia causar efeitos contraproducentes para Putin caso se verificasse que o anúncio teria sido precoce e que a vacina não tinha o efeito pré-anunciado. Nesse aspecto, o presidente russo deverá ser suficientemente prudente para saber que pode ser pior a emenda que o soneto", assinala José Palmeira.


De acordo com Vladimir Putin, a vacina russa é "eficaz" e superou todas as provas necessárias assim como permite uma "imunidade estável" face ao covid-19. Fontes oficiais russas revelaram já que 20 países pré-encomendaram um milhão de doses da vacina.

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