Não é “só” mais uma escola profissional. É o projeto descrito como “uma escola de pensamento”, um espaço onde as humanidades entram na linha de montagem e os alunos aprendem com engenheiros, mentores e tutores dentro das empresas.

Soutelo ganhou hoje uma escola industrial com doutrina própria: técnicos-artistas, humanismo e chão de fábrica. A visão é de José Teixeira, que diz que “ninguém é livre sem conhecimento”, e junta dstgroup, Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) e Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) no mesmo campus.

“Isto tem de ser um ecossistema de inovação e não apenas de qualificação, com espaço para o crescimento dos estudantes”, afirmou o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre. Para o governante, a oferta formativa deve ser pensada “numa lógica supramunicipal”, articulada com os planos das CCDR.

Do lado empresarial, o presidente do dstgroup, José Teixeira, defendeu que a escola quer formar “técnicos-artistas”, juntando competências técnicas e pensamento crítico. “O que falta nas escolas profissionais é a dimensão humanista: residências artísticas, teatro, cosmovisão", afirmou.

A ponte com o ensino superior é assegurada pelo IPCA. A presidente, Maria José Fernandes, sublinhou o ganho territorial. “O ensino superior faz-se em colaboração com o secundário e o profissional. Em Vila Verde passamos a ter uma mancha maior rumo a uma população qualificada", referiu, recordando ainda que os alunos da via profissional podem transitar para Curso Técnico Superior Profissional (TeSP) e licenciaturas e que aquele politécnico colaborou na criação dos centros tecnológicos da região.

Da EPATV, o diretor-geral João Luís Nogueira trouxe números. Naquela escola, há "140 alunos e 60 estão na BySteel [do dst group]". Para o responsável, a chave é pôr os jovens “a aprender em contexto real”, aproximando escola e indústria.

A inauguração contou ainda com a presença de autarcas da região. Para a presidente da câmara de Vila Verde, Júlia Fernandes, o projeto é “um passo muito significativo”, assente no trabalho em rede entre IPCA, DST e EPATV, e com oportunidades “em contexto real” para os jovens.

No arranque, a Escola Industrial DST integra cursos de Frio e Climatização, Eletrotecnia e Mecatrónica/Manutenção, e prepara novos percursos na construção industrial (incluindo um curso técnico e um mestrado). O campus pretende ser referência nacional ao ligar escola e empresas, garantir empregabilidade e fixar talento no Minho.