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Foto: CMB/Sérgio Freitas
Pedro Magalhães

Cultura 23.07.2021 17H27

As histórias trágicas de Leonor ou Teresa na exposição "O amor Mata", na Casa dos Crivos

Escrito por Pedro Magalhães
Exposição que aborda violência doméstica está patente até final de agosto.
Declarações de João Francisco Vilhena e de Lídia Dias.

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Teresa, que se suicidou após anos consecutivos a sofrer de violência psicológica, Leonor, encontrada numa poça de sangue depois de ter sido esfaqueada várias vezes pelo namorado, ou Fátima, assassinada com um martelo pelo marido, são algumas das mulheres cujas histórias reais estão a partir de hoje representadas na Casa dos Crivos, em Braga, na exposição "O amor Mata", de João Francisco Vilhena.


Através de fotografias a preto e branco e de objetos emoldurados como cordas, facas, martelos ou machados, a mostra pretende "trazer um tema fraturante da sociedade portuguesa" para o objeto artístico, referiu o artista durante a inauguração.


A mostra, criada em 2015, surgiu após o artista ter lido uma reportagem que o alertou para o tema.


"Li uma reportagem sobre um rapaz que tinha matado a namorada por tédio. Essa expressão deixou-me bastante perturbado e pensei que havia ali um tema que podia dar um trabalho interessante", explicou João Francisco Vilhena, acrescentando que, depois do primeiro confronto, contactou a "polícia e associações como a de Apoio à Vítima ou o UMAR", para descobrir mais casos sobre a temática.


Assinalando que a exposição, mais do que ter "um caráter artístico ou plástico", quer demonstrar que "os objetos do dia-a-dia podem inflingir dor", João Francisco Vilhena revelou que a mostra, que já passou por vários locais do país antes de chegar a Braga, tem recebido uma "resposta forte" do público.


"As pessoas emocionam-se muito. Aparece sempre alguém que conhece uma pessoa que foi alvo de violência e que diz que é bom falar-se do tema", desvendou.


Do lado do município bracarense, a vereadora da Cultura, Lídia Dias, vincou que é também dever dos órgãos públicos alertar para a temática.


"Estes casos continuam a estar no quotidiano e nós, enquanto entidades públicas, temos de chamar a atenção e colocar o assunto na ordem do dia. Passa também por aqui este abrir de portas da Casa dos Crivos, um espaço de cultura e arte, para as pessoas serem confrontadas e refletirem", argumentou.


A exposição "O amor Mata" está patente até 31 de agosto e tem entrada gratuita.

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