É com a vontade de "voltar a descomplicar e tornar o trabalho simples" que B Fachada se apresenta este sábado (19h00) em Braga, no Theatro Circo.

O cantautor português sobe a palco para mostrar "Rapazes e Raposas", o seu mais recente álbum e 14º de originais da sua discografia.

"O principal neste disco era descobrir uma forma de voltar a simplificar. Queria demonstrar que o meu trabalho não tem fim, que é um caminho que dá para voltar ao princípio", conta à RUM Bernardo Cruz Fachada.

O álbum, com quinze temas, é o mais longo da carreira do cantautor e incorpora a habitual viola braguesa, a que se acrescenta um sintetizador, um baixo e teclados. "Rapazes e Raposas" foi editado em julho passado e marca também o regresso de B Fachada aos originais, depois de seis anos de interregno.

"Para escrever as canções é preciso tempo e eu nunca parei de dar concertos. Tenho uma família grande e tenho de gerir a parte económica e de calendário para editar um disco. Nunca tive tempo suficiente para finalizar as canções mas houve algumas que foram sendo tocadas e o interregno acabou por ser parte da identidade do álbum", refere o artista.

O álbum foi produzido em Mértola entre março e maio de 2020, no início da pandemia, e Bernardo Fachada admitiu que o processo de criação "alterou" com a mudança do local de produção, que iniciou em Lisboa.

"No meio de circunstâncias tão especiais, para mim e para a minha família, não havia outra maneira nem outra altura fazer ou adiar o disco", assinala, num trabalho que foi gravado por Eduardo Vinhas.

Em Braga, B Fachada apresenta-se em palco num concerto que já foi remarcado por duas vezes: o cantautor ia tocar em dezembro do ano passado e depois em janeiro mas, em ambas as datas, as medidas de contingência para travar a Covid-19 impediram a realização dos espetáculos. 

"Foram cancelamentos feitos só na própria semana dos concertos, quando eu já tinha estado quase um mês a ensaiar, e senti que perdi várias semanas de trabalho", lamenta, antes de revelar que, por causa das remarcações, alterou o espetáculo de apresentação do álbum.

"Transformei o concerto porque ia fazê-lo só com a braguesa e o sintetizador modular, num espetáculo mais performativo e experimental, e agora há mais sintetizadores, sequenciadores, mais ligado com o disco", explica.

Os ingressos para B Fachada no Theatro Circo custam 12 euros e podem ser adquiridos aqui.