Regional 22.11.2021 16H24
BE questiona Governo sobre linhas de alta tensão em Ferreiros
A situação reside na instalação de duas torres para linhas de alta tensão, que ficarão instaladas a 12 metros de dois prédios.
O Bloco de Esquerda considera “um absurdo” o que se está a passar na urbanização Europa Ar-Lindo, em Ferreiros, no concelho de Braga. Uma comitiva do partido esteve esta segunda-feira no local, adiantando que, durante a semana, vai enviar um conjunto de questões ao Ministério do Ambiente.
O caso reside na instalação de duas torres para linhas de alta tensão, que ficarão a 12 metros de dois prédios. Trata-se da relocalização dessas linhas, que, há duas décadas, foram colocadas no centro da urbanização e que agora vão passar para a zona de estacionamento, 20 metros à frente em relação ao posto inicial.
Para José Maria Cardoso, esta nova solução “não altera em absolutamente nada” os problemas levantados pelos moradores, que consideram estar em causa a sua segurança e saúde, devido às radiações e ao ruído gerados. De acordo com o deputado na Assembleia da República, há ainda “outra agravante”, relacionada com o facto de a nova localização das torres ser junto à estrada, numa “zona de inclinação acentuada”.
Contactado pela RUM na semana passada, o presidente da autarquia considerou as queixas “uma falsa questão”, visto que o poste de eletricidade ficará, agora, mais longe dos prédios. António Lima, deputado municipal do Bloco de Esquerda, acusa a Câmara de estar a “empurrar o problema com a barriga”. Atendendo a que Ricardo Rio tem remetido a responsabilidade do assunto para a EDP, o bloquista alerta que há questões que não podem ser ignoradas.
“A autarquia tem metas definidas relacionadas com a questão ambiental e com a qualidade de vida das pessoas. Não pode querer que se gaste dinheiro numa obra que prejudica os munícipes”, concretiza.
Maximiliano Pereira, eleito pelo Bloco de Esquerda para a Assembleia de Freguesia de Ferreiros e Gondizalves, também esteve no local. O representante do partido naquele território lembra que os moradores já apresentaram duas soluções: o soterramento das linhas na zona que falta da urbanização ou a deslocalização da torre para um tereno baldio, que a União de Freguesias de Ferreiros e Gondizalves se disponibilizou a ceder à Câmara Municipal.
“O terreno está identificado, mas os engenheiros da obra dizem que vai desvirtuar o projeto e não aceitam a deslocalização”, lamenta.