Regional 24.05.2023 17H46
Braga apresenta o maior crescimento populacional do Norte entre 2011 e 2021
Em relação a 2011 são mais cerca de 12 mil residentes. Guimarães, Famalicão e Barcelos perderam população residente.
Braga foi o concelho com maior crescimento populacional no Norte, entre 2011 e 2021. Segundo o boletim NORTE ESTRUTURA, publicado pela CCDR-NORTE, a população cresceu, em dez anos, 6,5%.
Entre 1991 e 2021, há mais 52 mil pessoas a residir em Braga. Em relação a 2011 são mais cerca de 12 mil. O mesmo não acontece com os outros concelhos do quadrilátero urbano. Em Barcelos, na última década, há menos 3639 residentes (-3%), ainda que, comparando com 1991, há mais cinco mil habitantes.
Guimarães perdeu 1258 residentes na última década (-0,8%), mas ganhou quase 13 mil desde os anos 90. Em Famalicão, o decréscimo foi residual, registando-se, nos últimos censos, menos 298 habitantes (-0,2%). Ainda assim, há 30 anos havia menos 20 mil residentes no concelho.
O mesmo documento indica que “o concelho de Braga foi o que registou a maior taxa de natalidade, com 8,7 nados-vivos, em média anual, por cada 1 000 habitantes”.
Em sentido inverso, os municípios com as menores taxas de mortalidade foram Guimarães (7,6) e Barcelos (7,7).
Braga volta a assumir os lugares cimeiros entre os concelhos com menor índice de envelhecimento (131,5).
A sustentabilidade potencial também foi analisada no Norte Estrutura. Em 2021, no que toca ao quadrilátero, os valores mais elevados foram encontrados em Braga (373,6).
O município de Guimarães era o que apresentava mais população empregada nas Indústrias Transformadoras (28 480) em 2021 seguindo-se Vila Nova de Famalicão (23 984), e Barcelos (21 096). Os censos mostram ainda que em Braga, em 2021, a atividade económica mais importante era a construção e em Famalicão a confeção têxtil.
Norte perdeu população desde 2011
Na região Norte, à data dos últimos censos, a população residente era de 3 586 586, sendo esta “a região mais populosa do país com uma proporção de 34,7% do total nacional”. Ainda assim, desde 2011, a população diminuiu 2,8%, mas cresceu 3.3% face a 1991. No entanto, nesta região do país, denota-se “a redução acentuada da população jovem, a estabilidade da população em idade ativa e o aumento significativo da população idosa”.
Entre 2016 e 2021, o saldo migratório desta região foi sempre positivo, alcançado o valor agregado de 60 984. “Este crescimento esteve associado, também, ao reforço da competitividade regional. De acordo com o relatório da Comissão Europeia (EU Regional Competitiveness Index 2.0 - 2022 edition), entre 2016 e 2022, o Norte viu a competitividade aumentar em várias dimensões, designadamente, no fornecimento de bens públicos e de mérito, na eficiência económica e na inovação o saldo migratório do Norte iniciou uma trajetória de recuperação, atingindo em 2021 o valor mais elevado dos últimos 30 anos. Nesse ano, o saldo migratório da Região foi de 20 834 pessoas”, pode ler-se no boletim.
O Norte Estrutura revela ainda que, “em resultado do envelhecimento da população, o índice de sustentabilidade potencial (rácio entre a população dos 15 aos 64 anos e a população com mais de 65 anos) tem vindo a diminuir significativamente em todos os municípios”.
Cerca de 75% da população do Ave residia, em 2021, em área predominantemente urbana, seguindo-se a sub-região do Cávado, com 69%. Se compararmos os resultados relativamente a 1991, na zona do Ave houve um crescimento de 7% de residentes nestas áreas, no Cávado esse aumento ronda os 8%.
De acordo com os censos, a população empregada no Norte era de 1 546 569 em 2021, representando 34,9% do total nacional. Na sub-região do Ave, as Indústrias Transformadoras representavam 36,2% do emprego local e no Cávado eram 24,9%. O documento permite ainda perceber que na sub-região do Cávado, a confeção de artigos de vestuário é o maior empregador industrial, com 13 513 trabalhadores, o que representa 28,3% do emprego industrial nesta sub-região. Segue-se a fabricação de elementos de construção em metal (4 590) e a fabricação de componentes e acessórios para automóveis (3 902).
Olhando para o Ave, há “um forte cluster industrial associado ao setor dos têxteis”. As duas principais atividades industriais são a confeção de artigos de vestuário, com 16 497 trabalhadores, e a fabricação de outros têxteis, que conta com 8 418. Segue-se a indústria do calçado, com quase oito mil trabalhadores.