Dezenas de edifícios na cidade de Braga colocam hoje faixas pretas nas suas janelas e fachadas em solidariedade para com as vítimas de violência doméstica e num sinal de luta e repúdio pelo fim da violência contra raparigas e mulheres.

Na cidade dos arcebispos as ações são desencadeadas pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta. Para as 18h00 está agendada uma vigília na Avenida Central. À mesma hora a ação repete-se em várias cidades de norte a sul do país, envolvendo centenas de cidadãos.

21 mulheres morreram nos primeiros nove meses deste ano em contexto de violência doméstica

Os dados mais recentes da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) dão conta da morte de 21 mulheres em contexto de violência doméstica, entre 20 adultas e uma criança, nos primeiros nove meses de 2022, um número muito próximo das 23 assassinadas em 2021.

PSP deteve este ano 802 pessoas por violência doméstica

Esta sexta-feira, a PSP revela que deteve este ano 802 pessoas por violência doméstica, mais 35% face à média dos últimos cinco, e registou 13.285 queixas, um aumento de 6,3%, tendo ainda apreendido 279 armas relacionadas com este crime.

Segundo a PSP, 13.285 queixas pelo crime de violência doméstica deram entrada naquela polícia desde o início do ano, um aumento de 6,3% comparado com a média dos cinco anos anteriores.

A PSP precisa que a violência psicológica é a mais denunciada, tendo representado no ano passado 96% das queixas, seguida da violência física, e a maioria das vítimas (80%) são mulheres.

A PSP alerta para a necessidade de as vítimas e testemunhas "manterem a disponibilidade de denúncia das situações de violência doméstica", sublinhando que todas as situações sinalizadas são "de imediato alvo de avaliação de risco" para serem adotadas, com "brevidade, as medidas de segurança de proteção da vítima".