Cultura 11.07.2022 18H31
Braga volta a viajar no tempo com Festival Castro Galaico. Milladoiro são grande aposta
Festival está de regresso de 14 a 16 de julho o monte de Nossa Senhora da Consolação, na União de freguesias de Nogueiró e Tenões.
Depois de dois anos com aposta no online, devido à pandemia, a 12ª edição do Festival Castro Galaico está de regresso ao formato tradicional, no monte de Nossa Senhora da Consolação, na União de freguesias de Nogueiró e Tenões. A apresentação do evento decorreu esta segunda-feira, com a cidade dos arcebispos como moldura. Um local repleto de história, antigas muralhas integradas em habitações atuais e registo de trincheiras feitas pelo homem.
De 14 a 16 de julho, são esperadas mais de 3 mil pessoas por dia, neste que é um evento para todas as gerações contactarem com as raízes históricas pré-românicas, como revela o presidente da junta, João Manuel Tinoco. A grande maioria chega da Galiza, mas também de Aveiro, Alentejo, Coimbra, entre outros. Quanto aos locais, estima-se que 90% desconheça que Braga contou com um dos mais importantes castros da região Minho.
Ana Laíns, Sérgio Mirra Trio, Galandum Galundaina, são alguns dos nomes que compõem o programa deste ano. Destaque ainda para o Grupo Canto D´Aqui e Augusto Canário que irão partilhar palco no primeiro dia do festival, quinta-feira, 14 de julho.
Na sexta-feira, 15 de julho, sobem ao palco Antena 1, Ana Laíns e Galandum Galundaina. O palco capela estará ao cargo dos Bomboémia que se vão juntar a um grupo de teatro da região que irá dar a conhecer a ´Lenda das três minas", de modo a combater o esquecimento desta história que faz parte do imaginário de Nogueiró.
O sábado, segundo Jaime Torres, um dos organizadores do evento e membro do grupo Canto D´Aqui, será dedicado à Galiza com MJ Pérez, Voces de Arrieiro, As Efémeras e os cabeça de cartaz Milladoiro.
Pela primeira vez, o festival em parceria com o ´Projeto Expressar - "Portugal brinca igual"`, 30 crianças galegas e portuguesas vão contactar de perto e participar num workshop sobre cavaquinhos e braguesas com Luís Capela.
A partir das 19h00, terá início o concerto de MJ Pérez que preparou um concerto especial. Irá projetar na capela do castro um documentário intitulado "Inês, aquilo que nos une" sobre a história de Inês de Castro e a sua influência até aos dias de hoje no mundo das artes. Um projeto apoiado pelos Fondos Xacobeo 21.
Segue-se a apresentação dos Voces de Arrieiro, As Efémeras, Milladoiro e, por último, a leitura do Esconjuro e Queimada Galega. Uma representação que tem como objetivo afastar os maus espíritos e as bruxas que, segundo a tradição, vieram para atormentar e maldizer.
Jaime Torres revela ainda que está prevista a apresentação de um livro de pinturas e esculturas que evidencia o "clã" dos bracarus, com apoio da Sociedade Martins Sarmento.
Em representação do Município de Braga esteve a chefe de gabinete do presidente, Ana Ferreira, que sublinhou a relevância de continuamente a autarquia valorizar as "raízes históricas" e "tradições" da cidade. Conceitos que se inserem perfeitamente na estratégia da cidade que tem como meta vir a ser selecionada para receber o título de Capital Europeia da Cultura em 2027.
Esta quarta-feira, Carlos Pazos Justo, coordenador do Centro de Estudos Galegos da UMinho, irá apresentar aos alunos do curso de Português Língua Estrangeira do BabeliUM o programa do Festival. Uma forma de levar o Festival Castro Galaico e a história do Minho além fronteiras.
As atuações dividem-se pelo palco Antena 1 e Capela. A 12ª edição do Festival Castro Galaico conta com um orçamento de 30 mil euros fruto dos contributos da junta de freguesia de Nogueiró e Tenões, da Câmara Municipal, do Centro de Estudos Galegos da Universidade do Minho e pela primeira vez da Junta da Galícia.
A organização apela a todos os interessados em participar no festival para que cheguem cedo e optem por caminhar até ao castro, visto que o caminho é estreito e faltam parques de estacionamento.