A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança colocou ontem os candidatos do círculo eleitoral de Braga a debater cultura, património e cidadania. Apesar do convite a todos os partidos com assento parlamentar, as candidaturas do PSD e do CDS-PP não se fizeram representar, uma questão notada e criticada pela organização.

Dos partidos presentes, todos concordaram com a necessidade de reforçar o financiamento para a Cultura na próxima legislatura, assim como na criação de novos mecanismos que promovam a cidadania de norte a sul do país.

Palmira Maciel, candidata do PS pelo distrito de Braga defende que o trabalho destas áreas num futuro Governo PS será de “continuidade”. Entre as propostas, a socialista salientou a proposta para o novo modelo de gestão dos museus, "dando-lhes mais autononia”. A cultura “também ter que ser inclusiva”, lembrou a candidata, elencando propostas como "uma bienal cultural infantil, o desenvolvimento de projectos culturais em zonas socialmente desfavorecidas e a programação de música e teatro nos hospitais e nas cadeias”.

Rafael Pinto, candidato do PAN pelo distrito de Braga vinca que o partido quer duplicar o orçamento da cultura em 235 milhões de euros, e reforçar a educação das Artes nas escolas. O candidato natural de Celorico de Basto defendeu ainda a necessidade de “dar prioridade ao ensino das artes nas escolas em oposição à escola/fábrica actual”. Rafael Pinto considera que a educação das artes “é a cidadania em si e educação emocional”.

Carla Cruz, candidata pela CDU afirma que “uma das formas de valorizar o associativismo e a cidadania passa por um maior envolvimento do associativismo no processo de auscultação” por parte de quem está no poder. “Nós precisamos de cidadãos críticos e o curriculo escolar tem que contribuir para esta dimensão”, explicou. A comunista refere que é preciso “valorizar e defender o património arquitectónio e arqueológico, o material e o imaterial”, dando nota das “questões centrais no concelho de Braga, como as Convertidas e a Confiança”, além de um “reforço das verbas” para os museus e monumentos, “contratando mais trabalhadores e combatendo a precariedade” no sector. “É preciso um plano de emergência e salvaguarda para a preservação do património”, disse. A CDU defende ainda a criação de um serviço público de cultura.

José Maria Cardoso, cabeça-de-lista do BE pelo distrito de Braga é da opinião de que são necessários mais meios de informação para as pessoas, assim como espaços de debate. “É importante esta troca de impressões”, começou por admitir o candidato que defende, na área da cidadania, “a criação de condições para espaço de discussão e debate, mas acima de tudo criar meios de informação que mostrem às pessoas os seus direitos de participação e a exigência que têm que fazer”.