A CDU quer eleger dois deputados pelo círculo eleitoral de Braga, nas legislativas de maio. O objetivo do ano passado repete-se, mas, agora, a cabeça de lista, Sandra Cardoso, acredita que estão reunidas as condições para que a coligação de esquerda volte a ter representantes do distrito na Assembleia da República, algo quer não acontece desde 2019.

A Coligação Democrática Unitária entregou, esta quinta-feira, a lista, no Tribunal de Braga.

À entrada, Sandra Cardoso garantiu à RUM que o objetivo se mantém, até porque, na sua opinião, “as condições estão reunidas”, uma vez que “há um descontentamento muito grande a nível nacional”.

“Os valores da Abril e a nossa democracia têm estado cada vez mais ameaçados, por forças políticas que contrariam tudo aquilo que a nossa Constituição prevê e que a Abril conquistou”, acrescentou.

Para a comunista, “as maiorias absolutas não resultam” e a prova está no facto de “a última vez que tivemos estabilidade no país foi com a geringonça, com as forças de esquerda mais unidas”, que permitiram “avanços significativos para a melhoria das condições do povo”. No entanto, questionada sobre a possibilidade de a CDU suportar um governo à esquerda, Sandra Cardoso não coloca, para já esse cenário. “Em coligação ou sem coligação, com maioria ou sem maioria, nós estaremos cá hoje e sempre para defender os direitos dos trabalhadores”, frisou. O voto útil, disse ainda, “levam a esparrelas como esta, que aconteceu este ano”.

“Acho que desta vez iremos conseguir, pelo menos eu e a Inês, porque representaríamos Braga muito bem na Assembleia da República”, reforçou.

Metade dos membros da lista da CDU são mulheres

Dos 24 membros que compõe a lista, metade são do sexo feminino. Sandra Cardoso salienta a importância de ter mulheres na política e com uma voz ativa na sociedade. “Continua a ser uma lista muito representativa do nosso distrito. Até agora ainda não vi outros partidos assumirem uma mulher como cabeça de lista e acho que é importante”, apontou. Da lista, 46% dos membros são ou foram eleitos em autarquias locais, 50% são operários ou empregados e o candidato mais novo tem 20 anos e é estudante da Universidade do Minho.

Depois de Sandra Cardoso, surge na lista Inês Rodrigues, de 23 anos, técnica florestal, natural de Guimarães. Na terceira posição Mário Figueiredo, de 51 anos, contabilista e barcelense. Tânia Silva, de Famalicão, tem 36 anos e é Educadora de Infância, sendo o quarto nome na lista da CDU, seguindo-se Filipe Gomes, de 43 anos, operário de Braga. Relativamente à lista apresentada pelo partido em 2024, há duas alterações: sai João Baptista, que é candidato à Câmara de Braga, e Alberto Almeida, e entram Maria José Ribeiro e André Castanho.

A saúde e a educação são áreas prioritárias para a CDU. A cabeça de lista por Braga critica o governo do PSD/CDS-PP por “favorecer os grandes grupos económicos, em detrimento dos serviços públicos”, referindo-se ao regresso da PPP ao Hospital de Braga.

Quanto ao Ensino Superior, a CDU lamenta que se esteja a equacionar o descongelamento do valor da propina, quando se “devia estar a fazer um caminho exatamente no sentido oposto, que era de acabar com a propina”. “Na Universidade do Minho, há muitos estudantes a desistir, porque os estudantes não têm condições para pagar a propina, para pagar um quarto ou um custo de vida que continua a aumentar”, exemplificou.

Sandra Cardoso, cabeça de lista por Braga, e o mandatário da candidatura, Torcato Ribeiro, acompanhados por outros elementos da CDU, entregaram hoje a lista candidata às legislativas. A coligação PCP/PEV espera eleger dois deputados pelo círculo eleitoral de Braga, algo que não acontece desde 2019, altura em que Carla Cruz falhou a reeleição. 

Lista completa da CDU em Braga:

1. Sandra Cardoso. 53 anos. Professora. Eleita na Assembleia Municipal de Braga.

2. Inês Rodrigues. 23 anos. Técnica Florestal. Eleita na Assembleia Municipal de Guimarães

3. Mário Figueiredo. 51 anos. Contabilista. Eleito na Assembleia Municipal de Barcelos. Dirigente associativo.

4. Tânia Silva. 36 anos. Educadora infância. Eleito na Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão. Dirigente associativa

5. Filipe Gomes. 43 anos. Operário. Dirigente nacional do Partido Ecologista Os Verdes. Eleito na Assembleia da União de Freguesias de S. José de S. Lázaro e S. João do Souto, em Braga

6. Maria José Ribeiro. 60 anos. Operária Têxtil.

7. Manuel Carvoeiro. 60 anos. Inspector de Educação

8. Joaquim Daniel. 53 anos. Operário. Coordenador da União dos Sindicatos de Braga / CGTP-IN

9. Rosa Guimarães. 55 anos. Professora. Dirigente sindical. Dirigente associativa

10. Vítor Rodrigues. 45 anos. Engenheiro. Vereador da Câmara Municipal de Braga. Dirigente da Confederação Nacional da Agricultura

11. Catarina Marques. 43 anos. Enfermeira. Dirigente sindical

12. Bárbara Barros. 36 anos. Assistente de comunicação. Dirigente associativa

13. André Castanho. 36 anos. Arquitecto. Eleito na Assembleia de Freguesia de S. Vicente, em Braga. Dirigente associativo.

14. Pedro Ribeiro. 38 anos. Engenheiro. Eleito na Assembleia de Freguesia de Creixomil, em Guimarães. Dirigente associativo

15. Palmira Oliveira. 59 anos. Trabalhadora de cantina. Dirigente sindical

16. Ana Paula Quintela. 54 anos. Trabalhadora de IPSS. Dirigente sindical

17. Marco Pereira. 48 anos. Técnico de informática 18. Manuel Joaquim. 66 anos. Funcionário Judicial. Delegado sindical. Dirigente associativo

19. Ana Paula Martins. 49 anos. Trabalhadora de cantina. Dirigente sindical

20. Ricardo Silva. 33 anos. Operário. Dirigente sindical

21. Fernando Costa. 48 anos. Operário químico. Dirigente sindical

22. Ana Cabeleira. 44 anos. Pós-Graduada em Psicologia. Dirigente nacional do Partido Ecologista Os Verdes

23. Gabriel Castro. 20anos. Estudante

24. Sara Silva. 38 anos. Operária Têxtil. Dirigente sindical. Dirigente associativa