Academia 13.09.2024 07H00
CEB descobre forma de usar resíduos para produzir aromas
Descoberta pode revolucionar a indústria alimentar e cosmética. Os resultados do projeto ESSENtial são apresentados esta sexta-feira.
Tornar a produção de aromas mais amiga do ambiente e ajudar a transformar a indústria alimentar e cosmética. Este é o objetivo do projeto ESSENtial desenvolvido por investigadores do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho.
Os investigadores utilizaram um fungo bem conhecido da indústria, o Ashbya gossypii (ou Eremothecium gossypii) que é utilizado para a produção de uma vitamina. De acordo com a investigadora principal, Lucília Domingues, a inovação passa por utilizar o fungo para produzir aromas a partir de açucares simples que podem ser utilizados em diferentes matérias primas, substratos e resíduos.
"Temos a possibilidade de desenvolver um processo sustentável porque podemos usar resíduos para produzir um aroma", conclui.
O projeto está alinhado com a Agenda 2030 da ONU, visto que transforma os processos químicos em bioprocessos e acelera a mudança de economias lineares para circulares.
Esta sexta-feira de manhã, serão apresentados os resultados deste trabalho que pretende agora chegar ao mercado. A sessão está inserida na programação do 1.º Simpósio sobre Bioprodução de Fragrâncias e Aromas Naturais que contará com a presença de dois cientistas de renome internacional na área, são eles: Peter Philippsen, da Universidade de Basileia, na Suíça, e Alberto Jiménez, da Universidade de Salamanca, em Espanha.
Os resultados referentes ao projeto ESSENtial serão apresentados a partir das 11h15 pelo investigador Carlos E. Costa.
Segue-se uma mesa redonda com o intuito de colocar frente a frente investigadores e a indústria, de modo a conseguir dar resposta às necessidades do mercado. O painel, que terá como tema "Aromas de base biológica: alinhar as expectativas da academia e da indústria para o progresso”, será constituído por Ana Ferreira (Frusenses), Lisete Neves (TecMinho), Miguel Teixeira (Collab4Food) e José A. Teixeira (CEB, UMinho).