Academia 01.08.2022 07H00
CEB e Ciimar com patente de ração para peixes com recurso a subprodutos da cerveja e vinho
Trabalho foi financiado pela FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia com 250 mil euros. No próximo ano, a equipa irá avançar com um novo estudo, desta feita o foco são microalgas.
O CEB - Centro de Engenharia Biologia da Universidade do Minho - conseguiu criar rações para peixes mais eficientes com subprodutos da cerveja, vinho e azeite. O projeto ´SPO3` que terminou este ano, junta desde 2017 o CEB e o Ciimar - Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, num trabalho que promove a economia circular.
Estes novos alimentos desenvolvidos através de processos biotecnológicos já foram patenteados a nível europeu. Os custos de produção de ingredientes de origem animal como farinhas de peixe e óleo representam uma fatia considerável dos gastos das empresas, como é o caso da Sorgal Pet Food parceira da investigação, por isso esta descoberta vem diminuir quer os gastos quer o impacto negativo que estes produtos têm a nível ambiental.
Os resultados da investigação, segundo a investigadora do CEB, Isabel Belo, demonstram que estas rações são mais "eficientes" e ricas em ómega 3, antioxidantes e enzimas que são obtidas durante o processo de fermentação em estado sólido. Esta é uma técnica desenvolvida pelo CEB que "por si só, é mais ecológica que a fermentação em meio líquido, assim como mais económica em termos de consumo de água e energia".
A professora do Departamento de Engenharia Biológica da UMinho adianta que os peixes que foram alimentados com estas novas rações apresentam uma qualidade superior. "Não conseguimos distinguir se um peixe é de aquacultura ou de águas livres", refere.
Em janeiro do próximo ano, a equipa irá iniciar um novo projeto focado em espécies de macroalgas que até ao momento não têm sido utilizadas para rações. Mais ricas em proteína, as macroalgas são também mais económicas, visto que podem ser produzidas no mesmo sistema marinho dos peixes.