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Redação

Nacional 31.03.2023 10H04

Cerca de 20 mil alunos acabam o 2.º período sem aulas a todas as disciplinas

Escrito por Redação
Há uma semana, eram mais de 28 mil e há duas, quase 32 mil alunos, estima.

Os diretores garantem que o maior problema dos alunos é a falta de professores e não a perda de aprendizagens devido às greves. De acordo com estimativas da Fenprof, anteontem, tendo em conta os horários por preencher em oferta de escola, cerca de 20 mil alunos não tinham todos os docentes. Um número que baixou substancialmente esta semana, garante Vítor Godinho, por o pedido de substituições cair antes de férias. Há uma semana, eram mais de 28 mil e há duas, quase 32 mil alunos, estima. O 2.º período, que termina hoje, acaba como começou: com protestos que ameaçam prolongar-se até final do ano letivo. Nas 13 semanas de aulas desde janeiro, de acordo com a Fenprof, em sete o número de alunos sem todos os docentes foi sempre superior a 30 mil e só na primeira semana de aulas terá sido inferior a 20 mil. 


No ano passado, assegura Vítor Godinho, na maioria das semanas do 2.º período cerca de 25 mil alunos tinham furos. O que significa que apesar das medidas aplicadas este ano para mitigar a falta de professores, como a renovação de horários incompletos, o problema voltou a piorar, insiste. Lisboa é o distrito mais Cerca de 20 mil alunos acabam o 2.º período sem aulas a todas as disciplinas atingido. Entre 20 e 24 de março, estavam por preencher em oferta de escola 158 dos 385 horários, o que pode corresponder, estima Vítor Godinho, a cerca de 11 mil alunos sem todas as aulas. Setúbal, Faro e Porto são os três distritos seguintes com mais dificuldades nas substituições. Em termos de grupos de recrutamento, 1.º Ciclo, Educação Especial, Português, Inglês e Matemática eram, há uma semana, as disciplinas com mais horários por preencher. 

O JN confrontou o Ministério da Educação com as contas da Fenprof, mas não recebeu resposta até ao fecho da edição. 


O presidente da Associação Nacional de Diretores, Filinto Lima, garante que as dificuldades na substituição são transversais “a todo o continente e grupos de recrutamento”. “Está cada vez pior. A falta de professores é já um problema crónico e sem soluções vai agravar-se cada vez mais”, defende Manuel Pereira, presidente da Associação de Dirigentes Escolares (ANDE). “Estamos a perder tempo e cada vez vai ser mais difícil de combater o problema”, insiste Vítor Godinho. O novo modelo de recrutamento também pretende mitigar a falta de professores sem valorizar a carreira e sem esse investimento, defende, não se conseguirá atrair novos candidatos e não se resolverá nada. Face às aposentações recorde, “o número de licenciados sem mestrado em ensino disparou e, a continuar assim, será inevitável o recurso a pessoas que ainda nem sequer terminaram a licenciatura”, alerta Vítor Godinho. 


“Os pais e avós têm de perceber que esta é uma questão central que também leva os professores à luta. A sociedade inteira vai ter de decidir se quer continuar a salvar bancos ou a escola pública”, argumenta André Pestana. O líder do S.TO.P. também insiste que, enquanto a carreira não for valorizada, o problema continuará a agravar-se e os protestos não vão terminar. “Está a ser um ano muito duro para todos nós”, frisa Filinto Lima que assegura que a indignação expressa nos protestos não passa para as aulas. “A maior parte das escolas não perdeu mais do que 3 ou 4 dias de aulas”, garante Manuel Pereira. A presidente da Confederação de Pais (Confap) refere que o impacto das greves foi muito díspar no território e durante o 2.º período. No entanto, alerta Mariana Carvalho, a tensão e instabilidade mantêm-se e já “há muitas famílias a procurar colégios, ATL ou explicações”. “As desigualdades vão aumentar”, lamenta.


c/JN

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