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Vera Vaz, presidente da Cerci Braga e uma das fundadoras da cooperativa que funciona há 14 anos
Elsa Moura

Academia 22.01.2025 11H02

Cerci Braga apostada em construir complexo com diferentes valências, incluindo lar  

Escrito por Elsa Moura
Cooperativa que abriu portas há 14 anos está à procura de um terreno para a construção de um complexo com mais de 2mil metros quadrados. Tem uma lista de espera com dezenas de pessoas com deficiência.

A Cerci Braga estima gastar cerca de três milhões de euros num complexo que vai agregar várias respostas para pessoas com deficiência, incluindo um lar residencial, uma necessidade identificada há vários anos pela cooperativa de educação e reabilitação para cidadãos mais incluídos. A ideia é que sejam dados passos relevantes neste ano de 2025 em que a cooperativa aguarda também novidades por parte do governo no que respeita a apoios para a construção destas valências em défice no território. A estrutura pretende lançar uma campanha para angariação de fundos.


As novidades sobre o projeto foram reveladas esta terça-feira à noite, no programa Campus Verbal, pela presidente e uma das fundadoras da Cerci Braga, Vera Vaz.


Cerci Braga assinala no próximo domingo, 26 de janeiro, 14 anos de existência com uma festa em Navarra

Com o aumento médio da esperança média de vida das pessoas com deficiência, Braga e o resto do país, de acordo com a dirigente, não apresentam respostas para uma fase da vida mais avançada. “Estamos com o projeto bastante adiantado, aguardamos novidades mais concretas do governo [para apoios] e a organização prepara-se para fazer um apelo à própria comunidade. Será o maior investimento que a cooperativa já fez”, ressalva.


A ideia é que o complexo a criar permita à cooperativa “diferenciar este tipo de apoios e ter as instalações devidamente adequadas às necessidades dos adultos e dos jovens que vão integrando a resposta”. A Direção da Cerci Braga está “em negociação” para adquirir um terreno para a construção do complexo, depois de conversações falhadas num passado recente para um outro espaço. A ideia é ficar mais próximo da cidade uma vez que várias das atividades junto dos utentes decorrem nas infraestruturas da cidade, incluindo as piscinas, ou o pavilhão. Com o edifício atual na freguesia de Navarra, todo o processo logístico se torna “mais pesado” e acarreta despesas significativas com deslocações. 


Apesar disso, o objetivo não passa por abdicar das instalações de Navarra, no futuro, até porque a lista de espera “é grande”, refere. Vera Vaz admite abertura total da cooperativa para donativos diferenciados pela sociedade civil e pelas empresas. “Muitas das vezes há capacidade, quer de particulares quer de empresas sem ser propriamente um custo acrescido, seja bem materiais, seja um terreno. Há várias formas de ajudar a organização e sentimos que as empresas com quem vamos trabalhando têm tido abertura. A área de construção será superior a 2 mil metros quadrados.


2025 é preponderante para dar o passo rumo ao maior investimento de sempre da Cerci Braga


Este será um ano preponderante para dar este passo. Vera Vaz refere, para além dos apoios do Estado, é necessário avaliar se há condições formais para avançar com a candidatura, “se haverá compromisso do município e de outras entidades, como a segurança social”, explica. “Às vezes todas estas questões mais burocráticas podem inviabilizar o projeto. Estamos a tratar disso”, ressalva também.


A Cerci Braga acompanha de forma diária 40 pessoas. Em CACI a lista de espera ultrapassa as três dezenas. Com duas residências de autonomização, aqui, a lista de espera é superior a uma dezena de pessoas. O novo equipamento permitirá “dobrar as respostas”, além de disponibilizar o lar residencial. 


Residências de autonomização resultaram numa grande evolução pessoal e independência de pessoas com deficiência


Existem neste momento dois apartamentos a funcionar como residência de autonomização e outros dois já adquiridos que carecem de obras para funcionar nos mesmos moldes. Neste momento, dez jovens adultos são autónomos e vivem nestas residências. 

A presidente da Cerci Braga realça o impacto deste estilo de vida. “Utilizam transportes públicos, fazem compras, cuidam das suas roupas, cuidam da casa, têm relações amorosas, têm um emprego e apoio na gestão do seu dinheiro, têm uma vida social muito ativa. Neste momento temos dez pessoas com um nível de felicidade acima da média, vivem em condições excelentes no centro da cidade”, resume. Entre os adultos, “alguns trabalham, outros estão em formação profissional, e outros atividades socialmente úteis, em contexto de empresa, mas mais protegidos. Conseguimos corresponder às expetativas de cada um”, acrescenta.


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