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Redação

Cultura 04.04.2024 17H14

Ciclo de colóquios distingue vida e obra da poetisa Catarina de Lencastre

Escrito por Redação
O primeiro de quatro encontros arranca esta sexta feira, às 16h00, na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Declarações de professora e investigadora Maria Luísa Malato.

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'Um salão para falar e um quarto para escrever'. Este é o mote do ciclo de quatro conferências que arranca, esta sexta-feira, e que assinala o 2.º centenário da morte da poetisa vimaranense Catarina de Lencastre. Os encontros, que terão lugar no salão nobre da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, distinguem a vida e a obra da escritora que viveu nos séculos XVIII e XIX e que tratou de temas considerados atuais.


Debruçada essencialmente sobre a literatura desta época, a professora da Universidade do Porto Maria Luísa Malato recorda, aos microfones da RUM, que Catarina de Lencastre lamentou num dos seus poemas que a natureza a "tivesse feito mulher porque o que a poetisa queria era lutar ao lado dos homens".


Já numa outra obra, a autora fala sobre o envelhecimento, aos olhos da sociedade, não ser visto com naturalidade, desvalorizando o facto de "uma mulher velha possa ter vontade de amar". "Tudo isto em poesias do século XVIII", destaca.


Divididos em quatro conferências, os debates, sempre às 16h00, vão ressaltar características da obra da poetisa, sublinha a professora da Universidade do Porto.


A partir das obras de Catarina Lencastre, a primeira sessão debruça-se sobre 'Os Salões Literários no século XVIII', incidindo ainda sobre as criações de Bocage, Soror Maria do Céu e Leonor de Almeida. Além de Maria Luísa Malato, o primeiro encontro conta com a participação da doutorada em Literatura e Cultura Portuguesas, Zulmira Santos, e do professor Francisco Topa, para falar sobre a "importância de conversar e misturar os diferentes tipos de artes".


O segundo encontro, que terá lugar no dia 18 de junho, contará com a participação da docente Maria de Fátima Outeirinho e do filósofo Sérgio Martins e irá "debruçar sobre o papel das mulheres numa sociedade que está em mudança".


O jurista e escritor Álvaro Laborinho Lúcio e a doutorada em Estudos Anglo-Americano, Marinela Freitas, serão os convidados da sessão marcada para 28 de setembro e que abordará "o que é um direito e o que é um dever", tendo como base o trabalho da poetisa vimaranense.


Por sua vez, a última sessão, a 9 de novembro, terá a participação do escritor Mário Cláudio e da poetisa Rosa Alice Branco para "falar sobre coisas insignificantes". "No fundo, será debatido como é que essas coisas, ditas insignificantes, marcam a nossa forma de estar", esclarece a investigadora Maria Luísa Malato.


O programa contará ainda com leituras de poemas, conversas, músicas e manifestações culturais, "que vão variando ao longo destas quatro sessões". A organização do evento tem como convicção, diz a professora, "não aborrecer ninguém".



*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Catarina Martins

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