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Elsa Moura

Regional 13.05.2019 16H35

Cidadãos lançam movimento 'Braga Zero Atropelamentos'

Escrito por Elsa Moura
O primeiro movimento do género teve origem na Suécia. Pretende cativar a sociedade para esta problemática.
Arnaldo Pires, líder do projecto BragaZeroAtropelamentos

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Braga tem um novo movimento cívico que quer ajudar a acabar com os atropelamentos na cidade. A ideia partiu de alguns elementos da Associação Braga Ciclável. Chama-se “Braga, Zero Atropelamentos”. 


“Não há segurança na estrada e há muito medo na sociedade bracarense” quando se equaciona a hipótese de utilizar a bicicleta como meio de transporte. Arnaldo Pires avisa que é preciso combater “o número de atropelamentos brutal” na cidade dos arcebispos.


“Neste momento não há segurança nas nossas estradas” e isso interfere na mobilidade activa dos bracarenses. São já 2535 atropelamentos em dezanove anos.

O líder do projecto afirmou, em entrevista à RUM, que “é preciso segregar os carros das bicicletas e dos peões e iniciar em Braga aquilo que se tem feito a nível mundial, que é a visão zero”.


O movimento surgiu na Suécia, um dos países com menor taxa de mortalidade de acidentes rodoviários por 100 mil habitantes. Uma visão que tem sido implementada em muitas cidades do Mundo e que “tem tido imensos resultados positivos”. O movimento pretende “captar toda a cidade para esta problemática e incutir a noção de que é preciso iniciar o pensamento zero”. “É um número que parece utópico mas que algumas cidades já conseguiram. Aqui perto temos o caso de Pontevedra”, disse. 


Agregar toda a sociedade, captar as pessoas para determinados cuidados, alertar autoridades para que informem a população com dados e locais onde há mais acidentes são algumas das missivas. A autarquia é que depois poderá desenvolver medidas efectivas, lembra o porta-voz que admite que a cidade de Braga “está claramente atrasada”. 


Arnaldo Pires recorda que na cidade de Braga “o número de acidentes e atropelamentos tem crescido” e que é preciso fazer “muito mais”. “A CMB tem noção de quais são os pontos negros e se tiver uma política de visão zero, mudando drasticamente determinadas zonas, vamos reduzir o número de acidentes, o número de mortes e de feridos graves”, defendeu.


Reconhecendo que ninguém quer atropelar peões, o porta-voz deste movimento considera que há muitas zonas na cidade que precisam de uma atenção imediata. “A zona junto ao Braga Parque, qualquer pessoa que se queira deslocar em bicicleta não o pode fazer em segurança”, explicou, referindo que se trata de uma zona em que os limites de velocidade não são adequados. “A João XXI é uma rua perigosíssima para quem anda a pé e de bicicleta. Na 31 de Janeiro há inúmeras situações que envolvem ciclistas e automóveis”, continuou. Também a zona junto ao Meliã tem “inúmeros acidentes e atropelamentos”, que só se resolverão, acredita, reduzindo os limites de velocidade. 


“Temos que ter em atenção que os acidentes rodoviários já são a oitava causa de morte no Mundo. Temos 1,35 milhões de mortes no mundo e é a principal causa de morte nas crianças e jovens”, especificou.

O ‘Braga Zero Atropelamentos’ defende que para que os jovens se sintam confortáveis é preciso assegurar também “transportes públicos adequados com vias de circulação que garantam que os tempos são cumpridos”.

É preciso estimular a mobilidade activa e inverter o sentido, acrecentou Arnaldo Pires.


A equipa já reuniu com a PSP e tem solicitado um conjunto de reuniões no sentido de reduzir drasticamente este tipo de sinistros em Braga. O município de Braga também já terá sido desafiado a reunir com este grupo de cidadãos.

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