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Liliana Oliveira

Regional 28.08.2020 11H13

Colégios de Braga forçados a grandes investimentos para adaptar espaços à Covid-19

Escrito por Liliana Oliveira
Em Braga, há diferentes formas de preparar o novo ano lectivo. Colégio João Paulo II teve que contratar mais funcionários e professores, D. Diogo de Sousa investiu em equipamentos e produtos, enquanto o CLIB poucas alterações fará ao modo de funcionamento.
António Araújo, administrador do D. Diogo de Sousa, Fernando Fidalgo, director do colégio João Paulo II e Helena Pina Vaz, directora do CLIB sobre a preparação do novo ano lectivo

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Com um novo ano lectivo à porta, os colégios preparam-se para reabrir as portas. Em Braga, há situações distintas. O Colégio Luso Internacional de Braga – CLIB- , com 330 alunos, não terá grandes alterações no modo de funcionamento, enquanto o Colégio João Paulo II, com mais mil estudantes, teve que adaptar-se à nova realidade e contratar mais docentes e funcionários e o D. Diogo de Sousa, onde estudam mais de dois mil jovens, investiu em produtos e equipamentos para garantir a segurança no recinto escolar.



D. Diogo de Sousa investe "centenas de milhares de euros" na adaptação do colégio à pandemia



São 2.035 alunos, cada um com a sua carteira e com distanciamento "acima de um metro". Cada turma tem a sua sala e em média 25 estudantes. Os laboratórios terão uma escala de utilização, para que seja possível a desinfecção entre o funcionamento das várias turmas. Na sombra desta organização, está um investimento de "centenas de milhares de euros", admitiu à RUM o administrador do Colégio D. Diogo de Sousa, António Araújo.

Para garantir a segurança dos alunos, o colégio fez um elevado investimento na aquisição de equipamentos de purificação do ar e produtos de desinfecção, mas a mensalidade dos alunos não sofre alterações.


"Só para produtos de desinfecção para um ano, sem contar produtos de limpeza, vamos adjudicar a uma empresa 47.880 euros", admitiu. Em causa, garante António Araújo, estão "produtos específicos que em zonas de risco mais elevado garantem desinfecções para 24 horas". Além disso, o colégio solicitou ao Instituto Superior de Qualidade orientações para procedimentos e melhor organização no combate à propagação do vírus. Os purificadores foram adjudicados a uma outra empresa e "garentem, de alguma forma, a qualidade do ar".


O colégio conta com dois refeitórios, que passarão a integrar estes purificadores de ar, e as idas à cantina serão faseadas. "Fizemos obras no refeitório do pré-escolar e 1.º ciclo, para tornar o espaço mais funcional, adaptamos os espaços, temos os refeitórios divididos e com arejamento bastante considerável", assegurou o administrador.

Os horários das aulas não deverão sofrer grandes alterações, mantendo-se entre as 8h30 e as 17h15, mas as idas ao intervalo serão faseadas, até mesmo para gerir as idas alternadas à cantina.

"As actividades extracurriculares ficam praticamente todas suspenaas, com excepção do ballet, que tem 200 alunos inscritos, e será praticamente a única a funcionar", esclareceu.


Já a actividade desportiva será dividida entre aulas teóricas e práticas. "Entre as aulas práticas, existe um tempo de mais de uma hora para realizar a desinfecção do espaço e as aulas serão adaptadas, para evitar o toque", informou o responsável. As idas ao balneário serão igualmente permitidas, sendo que o espaço conta com "chuveiros e cabines individuais" e terá um número limitado de alunos em simultâneo.



Colégio João Paulo II contrata 10 funcionários e 12 professores 



O Ministério da Educação recusou a proposta da direcção do Colégio João Paulo II de regime misto - com aulas presenciais e online a cada 15 dias, para alunos do 7.º ao 12.º ano, e regime presencial para os restantes. Na resposta, a tutela recomenda o regime presencial para todos. “Não nos parece muito lógico, os pais estavam alinhados com esta ideia e era a melhor solução”, disse à RUM, o director, Fernando Fidalgo.


O regime presencial obriga o colégio a alterar os horários, habitualmente entre as 8h30 e as 17 horas, e a “converter salas em cantina”, para evitar aglomerações no espaço das refeições. O refeitório do colégio, com capacidade para 600 alunos, só poderá acolher cerca de 300, mas na escola almoçam cerca de mil estudantes.

Com a disponibilização de mais espaços, são necessários mais funcionários. Aos cerca de 30 do ano lectivo anterior, juntam-se agora novos dez colaboradores. Com os novos horários, o colégio sentiu também a necessidade de contratar mais 12 docentes, a juntar aos cerca de 100 que já estavam vinculados à escola. No entanto, à semelhança do colégio D. Diogo de Sousa, estes custos acrescidos não se farão sentir nas mensalidades dos alunos.


O recinto escolar conta com “um sistema de circulação de ar que é fundamental” e as salas dispõem das medidas oficiais, albergando, no máximo, 24 alunos. Cada turma tem a sua sala e cada aluno a sua carteira, estando todos a mais de um metro de distância. “Tentamos que as salas fossem o mais limpas possível e que o material desnecessário fosse retirado”, contou o director.


Algumas actividades extracurriculares não vão poder funcionar este ano, outras terão que ser avaliadas, sendo que algumas são “de risco elevado”. O Colégio João Paulo II conta com aulas de piano, mandarim ou clubes de ballet. A direcção tenciona adaptar algumas modalidades. Por exemplo, ao nível do desporto, “em vez de jogarem futebol poderão ter técnica individual”. No caso das actividades desportivas extracurriculares, o banho poderá ser tomado em casa, sendo que o colégio conta com “muitos balneários e algumas cabines de duche individuais”. Segundo a Unidade de Saúde Pública de Braga comunicou à direcção, os alunos que usem os chuveiros comuns devem ficar distanciados. 



Horários, actividades extracurriculares e cantina do CLIB não sofrem alterações



No caso do CLIB, a directora, Helena Pina Vaz, prepara o novo ano lectivo com “muita tranquilidade”. Neste colégio de Braga, apenas o horário do infantário será alterado, com as crianças a entrar, se possível, às 9 horas. As entradas dos restantes ciclos serão desfasadas e divididas por duas portas, mas o horário das aulas não será alterado, mantendo-se entre as 8h40 e as 16 horas. "Os pais têm que trabalhar e há coisas que são completamente irrealistas. Vamos é pedir que não cheguem todos às 8h40", justificou a responsável. 


À semelhança do que acontece nos outros colégios, também no CLIB cada turma tem a sua sala e cada aluno a sua carteira. Dentro da sala de aula, a distância, garante Helena Pina Vaz, está "assegurada". O problema reside nos momentos de convívio no exterior. "Há coisas que é humanamente impossível proibir, mas tentaremos que decorram o melhor possível", frisou a directora, alertando que é praticamente "impossível manter os alunos um dia ou um período inteiro afastados, porque isso é contra a natureza humana".


No CLIB, os espaços já eram limpos com frequência, mesmo antes da pandemia. Uma prática que vai manter-se nos espaços comuns. "De meia em meia hora, espaço como as casas de banho são limpos e sempre que um equipamento seja utilizado por outra pessoa, seja uma mesa ou cadeira, irá ser desinfectado antes da utilização seguinte", detalhou. 


Aquela que é uma das maiores preocupações para a maioria dos responsáveis pelas escolas é no CLIB algo de simples resolução. As idas à cantina já eram organizadas por turnos e assim se vão manter. "Já tínhamos turnos para que não se fizessem longas filas de espera, e enquanto alguns alunos estão no recreio, outros vão sendo servidos", explicou Helena Pina Vaz.


As actividades extracurriculares também se vão manter, já que o número de alunos que as frequenta é diminuto. Na actividade desportiva também não reside nenhuma preocupação. "Não obrigamos os alunos a tomar banho, mas se tomarem o espaço será desinfectado de seguida", garantiu a directora.



O próximo ano letivo arranca entre 14 e 17 de Setembro, com o regresso das actividades lectivas presenciais, depois de um ano que terminou com ensino a distância, devido à pandemia da covid-19.

Mais de 40% dos encarregados de educação tem preferência por um regresso dos alunos às aulas presenciais, mas a maioria dos pais defende que as turmas sejam mais pequenas do que as de anos anteriores. Esta é a conclusão do ‘Observador Cetelem Regresso às Aulas’. 

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