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Elsa Moura

Academia 26.06.2024 14H30

Coletivo de Estudantes pela Palestina "ajudou" UMinho a reagir publicamente

Escrito por Elsa Moura
Convicção foi manifestada em conferência de imprensa, esta terça-feira, por grupo de alunos que ocupou pacificamente o hall do CP II, no campus de Gualtar, durante 28 dias.
Declarações de Ema, Luís Soares Barbosa e José Miguel na conferência de imprensa realizada ao final de terça-feira no campus de Gualtar

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O Coletivo de Estudantes pela Palestina garante que a desmobilização do protesto pacífico no campus de Gualtar, em Braga, após 28 dias, não é o fim do movimento e estão asseguradas novas formas de luta, em defesa do povo palestiniano, nomeadamente a reivindicação da retirada da bandeira de Israel na Escola de Medicina da Universidade do Minho.


Esta terça-feira, em conferência de imprensa realizada no CPII, Ema, estudante da UMinho e membro daquele coletivo, saudou a solidariedade manifestada pela academia ao longo deste período, assim como o posicionamento da reitoria, ainda que mais tarde do que se pretendia. 

"Durante estas quatro semanas sentimos bastante solidariedade da comunidade académica, desde professores, estudantes e até funcionários", começou por assinalar, notando a postura da reitoria que, contrariamente ao que aconteceu noutras universidades portuguesas, não chamou a polícia para retirar os estudantes. "A reitoria optou deixar que protestassemos pacificamente e, por isso, é de salientar e louvar a posição da nossa universidade", começa por explicar. No entanto, também assume que possivelmente na ausência destas ações contínuas por parte deste grupo de estudantes e do apoio de vários docentes, a UMinho não teria discutido e votado um documento de solidariedade com a Palestina como fez através do Senado Académico e do Conselho Geral. "Queremos acreditar que o que fizemos serviu para alguma coisa e ajudou a que fosse tomada uma posição", respondeu quando questionada pela RUM.


"Foram quatro semanas duras mas tornou-se tudo mais fácil com a vaga de solidariedade que sentimos. Não é o fim do movimento. Continuaremos a lutar, a denunciar e a apelar ao boicote de todos os eventos organizados ou promovidos de forma direta ou indireta pela Universidade do Minho que incluam oradores ou que contem com a colaboração de universidades israelitas. Pretendemos retirar todos os símbolos do opressor. Existe neste momento ainda pendurada na Escola de Medicina a bandeira de Israel, e sentimos que isso não pode continuar a acontecer", argumenta outra das estudantes associada ao Coletivo, José Miguel.


O Coletivo apela e incentiva também a criação de projetos de cooperação e de assistência humanitária para com o povo palestino, as instituições de ensino e todas as entidades da Palestina que sintam a necessidade desse apoio", acrescenta.


UMinho está "uns pontos à frente da posição formal do governo português"


Luís Soares Barbosa, docente da UMinho e autor do manifesto ‘Calar é consentir’, subscrito por mais de oitenta professores da instituição, assinala que o trabalho do coletivo foi determinante, notando que a UMinho devia ter agido mais cedo. "Aquilo que foi feito na Universidade do Minho nestas últimas semanas foi muito, traduziu uma efervescência de muitos movimentos e de muitas atividades e foi muito importante como catalizador. Só pecou por ser tardio [o voto de solidariedade aprovado por unanimiadade na reunião do Conselho Geral da passada sexta-feira]. Passaram-se muitos meses, 37 mil mortos, até haver esta posição, mas mais vale tarde que nunca. Espero que haja bom senso daqui para a frente", desafia.


E precisamente depois desta posição pública do Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho (UMinho), aquele docente apela à "coerência", aconselhando o cancelamento de uma palestra, prevista para esta semana, na UMinho e que envolve a presença um orador internacional que defende a pena de morte daqueles que apoiam a resistência palestiniana. "Como não me sinto confortável a ver alguém na minha universidade a querer a minha morte, tenho que reagir", denuncia. Sobre esta matéria, o docente disse esperar que a UMinho cancele a presença do referido orador e volta a insistir na necessidade de um corte de todas as relações académicas e científicas com as instituições do estado de Israel.  


O Coletivo de Estudantes pela Palestina realiza diariamente assembleias, e admite, por isso, a possibilidade de um protesto na iniciativa promovida pela Escola de Letras da Universidade do Minho em que está prevista a presença do orador referido por Luís Soares Barbosa.


Sobre a solicitação de retirada da bandeira de Israel da Escola de Medicina da Universidade do Minho por parte de docentes e do próprio coletivo, os estudantes ainda não receberam qualquer resposta formal.


Em atualização


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