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Vanessa Batista

Regional 14.06.2023 14H56

Comunidade brasileira está a organizar Dia Nacional da Luta Contra a Xenofobia

Escrito por Vanessa Batista
Para dar voz a casos como o de Saulo Juca, agredido num café em Braga a 10 de junho, e outros imigrantes que são vítimas de violência física e psicológica.
Declarações à RUM do produtor cultural da Disque, que está a organizar a manifestação anti-xenofobia, Lucas de Faria.

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Depois do ato de violência contra um imigrante brasileiro na cidade de Braga, a comunidade está a organizar o que irão denominar de Dia Nacional da Luta Contra a Xenofobia.


O incidente com Saulo Juca remonta a 10 de junho. Estava num café quando um homem o agrediu com murros e pontapés, alegadamente, apenas por ter nacionalidade brasileira. O imigrante já apresentou queixa.


A RUM conversou com o produtor cultural da Disque, uma produtora de eventos na cidade de Braga, Lucas de Freitas, que explica que a ideia passa por unir a comunidade imigrante, como um todo, ou seja, não só brasileiros como peruanos, argentinos, entre outros, que são alvo diariamente de pequenos atos de violência e assim quebrar o silêncio.


Os portugueses que estejam solidários com esta questão também estão convidados a fazer parte desta iniciativa. A organização irá reunir na primeira semana de julho, de modo a tentar mobilizar outras associações de cidades como Porto, Coimbra e Lisboa. Posteriormente, será revelada a data da manifestação anti-xenofobia.


Um dos ativistas que está por trás desta ideia, de criar o Dia Nacional da Luta Contra a Xenofobia, é o ator Bemvindo Sequeira, conhecido pelo seu papel como "Bafo de Bode" na novela "Tieta". 


O caso de violência chocou a comunidade brasileira em Portugal e do outro lado do Atlântico, situação que tem levado a um grande número de partilha de situações que mexem sobretudo com o psicológico dos imigrantes.


Lucas de Freitas faz eco do relato de uma imigrante brasileira que trabalhou num café na cidade dos arcebispos. "Havia um cliente que, todos os dias, fazia bolinhas de papel e atirava contra ela", refere. A dificuldade em encontrar uma casa também é recorrente, visto que o sotaque é um entrave. Existem casos em que os valores são inflacionados devido à nacionalidade.


"Não há medo de andar na rua, mas existe já o receio das pequenas violências no atendimento ao público", frisa.

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