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Liliana Oliveira

Regional 24.11.2022 17H26

Crianças de Braga pedem a Ricardo Rio mais ciclovias, menos trânsito e buracos

Escrito por Liliana Oliveira
Alunos do Colégio D. Pedro V entregaram ao presidente da Câmara de Braga uma carta, inspirada na obra "Carta aos Líderes do Mundo". Ambiente e Moibilidade são as principais preocupações.
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Todas as semanas, os alunos do Colégio D. Pedro V, em Braga, reúnem-se, em assembleia, para refletir sobre o presente e o futuro da cidade. Na última reunião, o diretor partilhou com os jovens estudantes a obra de Maria Inês Almeida e Flávia Lins e Silva, “Carta aos Líderes do Mundo”. E foi daqui que surgiu a inspiração para escrever aos líderes bracarenses.


“Começamos esta carta por agradecer tudo o que tem feito pela nossa bonita cidade”. É assim que começa a carta dos alunos do 2.º anos, que foi entregue, em mãos, ao presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio. Logo depois, os pedidos. Eu queria que houvesse ciclovias até ao colégio, porque assim as pessoas que vêm de bicicleta e têm que andar no passeio, que é proibido, vinham na ciclovia”, apontou logo Teresa Gomes. A amiga, Clara Jaques, lembra-se de imediato dos cigarros que as pessoas atiram para o chão. “Acho mal, porque os passarinhos vão lá, pensam que é comida, comem e morrem”, atirou.


Do outro lado da mesa, os passarinhos também são a preocupação de António Cerqueira, que acha que “as lojas não devem ter portas de vidro, porque os pássaros não sabem e batem lá”. Questionado sobre o que pensou o presidente da Câmara sobre essa ideia, o alunos respondeu de imediato: “Não sei, porque eu acabei de ter esta ideia agora”. Quanto às outras sugestões, o pequeno António afirma que o autarca “ia tentar realizá-las”.

António admite ainda que “a cidade é grande, mas nem tudo é perfeitinho”. “Para ser perfeita, faltam as nossas ideias, provavelmente”, acrescentou.


“Foi uma grande experiência para nós”


Pedro Oliveira lembra que foram pensadas muitas ideias pelos colegas, embora nem todas tenham sido partilhadas com Ricardo Rio, porque, explica Clara, “o quadro era pequeno e não dava para escrever as ideias todas”. “Plantar mais árvores de folha persistente”, atirou Pedro. A justificação é óbvia: “Assim as folhas não entopem os ralos e não há inundações”, justificou Teresa. Ainda no ambiente, Pedro lembra que é necessário “cuidar das árvores que temos, porque se não ficamos sem oxigénio e baixa a temperatura do planeta” e, além disso, será necessário “plantar mais árvores”. Vamos a outro problema que importa resolver: “o trânsito”. Para isso, há já algumas soluções pensadas: “Fazer mais estradas e ciclovias”, sugere Clara. “E não evoluir tanto os carros”, acrescentou António. Mas há mais: “quando vinha para a escola vi um buracão maior do que esta escola”, afirmou Clara Jaques. A experiência na Câmara Municipal de Braga, dizem, “foi fixe”. “Foi uma grande experiência para nós”, admitiu António. 


Todos se sentaram na cadeira do presidente, instalada no Salão Nobre, nos Paços do Concelho. O edifício municipal não era conhecido pela maioria dos alunos, mas ricardo Rio já lhes era uma cara familiar.

A cadeira do presidente agradou particularmente a António, que, aos sete anos, equaciona um dia candidatar-se à Câmara de Braga. “Eu talvez queira ser presidente, se me escolhessem”, apontou. Logo depois, Clara garante-lhe o seu voto e Teresa lembra “já tens pelo menos um voto”. Questionada sobre o motivo pelo qual merecia a confianças das pessoas, o jovem bracarense respondeu: “realmente, não sei”. Depois da gargalhada geral na sala, Clara lá explicou: “Ele é inteligente”. E a professora, Adriana Moreira, ajudou: “O António pensa muito nas outras pessoas e na comunidade em geral e isso é uma coisa muito importante num presidente e num líder”. António até já sabe o que vai fazer no primeiro dia como autarca de Braga: “Vou ajudar os sem-abrigo e ouvir as pessoas sobre as ideias que têm para a cidade”.


"Devemos prepará-los para que tenham um papel ativo na cidade onde habitam”


Adriana Moreira é a professora que todos os dias ajuda estes pequenos bracarenses a pensarem a cidade do presente e do futuro. “A educação é essencial, é a base de tudo e devemos prepará-los para que tenham um papel ativo na cidade onde habitam”, disse a docente. Além da reflexão, o exercício permitiu “passar tudo para palavras, algo importante no contexto académico”. Já na autarquia, Adriana Moreira, garante que “a receção foi muito próxima”. “Houve uma intenção muito clara do presidente de se aproximar deles, através de uma linguagem apropriada à idade”, referiu. Além disso, foi a oportunidade de perceberem como funciona a Câmara Municipal e o que faz um presidente. “Foi importante perceberem que qualquer um deles um dia pode ser presidente. Os olhos deles são muito atentos, só temos que lhes dar oportunidade para nos fazerem chegar as ideias que têm”, finalizou a professora.


Na despedida, na carta que enviaram a Ricardo Rio, estes bracarenses de palmo e meio lembram que “estarão atentos “e prometem “dar o seu melhor para que a cidade possa crescer da melhor forma”. A carta, essa, está entregue e as propostas estão agora nas mãos de quem lidera os destinos de Braga. 

No mesmo colégio, os alunos de outros anos de escolaridade escreveram ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao presidente da União de Freguesias São José de São Lázaro e São João do Souto, Miguel Pires.

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