Entre sons da lusofonia e da América Latina, a banda Ayom estreia-se esta sexta-feira (19h30), dia 16, em Portugal, atuando em Guimarães, no CIAJG (Centro Internacional de Artes José de Guimarães).

O concerto é promovido pela associação cultural vimaranense Capivara Azul, no âmbito do ciclo Terra, o qual cruza as músicas do mundo com as exposições patentes no CIAJG.

Os Ayom são uma banda liderada pela brasileira Jabu Morales (voz e percussão), que se faz acompanhar dos italianos Alberto Becucci (acordeão) e Francesco Valente (baixo), dos angolanos Ricardo Quinteira (guitarra) e Walter Martins (percussão e coro), e do grego Timóteo Grignani (baixo).

Os músicos dividem residência entre Lisboa e Barcelona mas as diferentes nacionalidades dão corpo a uma sonoridade vasta, tendo a diáspora africana como ponto de partida.

"Inspiramo-nos na sonoridade lusofónica, da musicalidade de Angola e Cabo Verde mas também do Brasil", conta à RUM Jabu Morales, que acrescenta ainda as influências latino-americanas da "Colômbia e da música afro-peruana".

Apesar das várias latitudes, os Ayom não assumem uma gaveta.

"O que produzimos já não é só uma dessas influências, é o entendimento dessa música com os nossos filtros, da era em que vivemos e da quantidade de informação que consumimos de várias partes do mundo", diz a vocalista, assumindo que, no fim de contas, os Ayom são uma "babel musical".

Em Guimarães, a banda, que se formou em 2019, vai apresentar o seu primeiro e único disco homónimo, editado no ano passado. Embora recente, o álbum já conquistou o prémio de melhor do ano na categoria de World Music da revista britânica Songlines, especializada no género de música do mundo.

"O disco saiu muito rápido, foi composto em duas semanas numa residência artística, e gravamo-lo de forma desprendida, só para ter algum registo. Por isso, ter este reconhecimento da Songlines é um grande estímulo para nós, é um sinal de que o caminho é este, de que a música que fazemos chega às pessoas", regozija-se Jabu.

O espetáculo dos Ayom em Guimarães assinala a primeira presença da banda em Portugal, e Jabu, brasileira, reconhece que terá um "gostinho de casa" por voltar a "falar na língua portuguesa" em concerto e "contar para as pessoas o que é que as músicas querem comunicar".

Os bilhetes para o espetáculo custam 10 euros para o público geral e 7,5 euros para menores de 30 anos. Podem ser adquiridos aqui.