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Tiago Barquinha Gonçalves/RUM 
Tiago Barquinha

Desporto 07.10.2023 08H15

Hélio Gomes e o regresso após suspensão por doping e três operações: "Voltei das cinzas"

Escrito por Tiago Barquinha
Depois de praticamente cinco anos ausente das competições, divididos por dois períodos, o fundista minhoto sagrou-se campeão nacional de estrada.
Hélio Gomes em entrevista no programa RUM(O) Desportivo.

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Esteve dois anos suspenso por doping, a que se somaram quase três parado por lesão. Apesar de duas interrupções na carreira, entre 2017 e 2022, aos 38 anos, Hélio Gomes, recentemente campeão nacional de estrada, não perde a esperança de ir aos Jogos Olímpicos.


Entrevistado no programa RUM(O) Desportivo, o fundista do Sporting garante que “a vontade e o sonho continuam presentes”, mas confessa que “não é um objetivo claro”, até porque “as probabilidades são cada vez mais diminutas”. 


“Não posso dizer que me estou a preparar para os Jogos Olímpicos porque seria mentira. Estou a preparar-me para as próximas competições e pode ser que, depois de todo o azar, tenha uma estrelinha da sorte, mas teria de ser bem grande”, refere o atleta que se estreou este ano na maratona, prova a que dará prioridade num eventual caminho para Paris 2024.


Para Londres 2012, recorda, ficou a 47 centésimos da qualificação, para Rio de Janeiro 2016 foi o primeiro do ranking mundial a ficar de fora e, no percurso para Tóquio 2020, realizado em 2021, lesionou-se. Em 2017, no início do ciclo para os Jogos Olímpicos em solo japonês, quando era uma das maiores figuras do meio-fundo e fundo nacional, Hélio Gomes foi suspenso dois anos por doping, depois de ter sido detetada a substância eritropoetina. 


“Já expliquei o que tinha a explicar nos locais certos, mas aproveito para esclarecer aqui um ponto. A lei só tem duas vertentes: quando é por dolo, a suspensão é de quatro anos, quando é por negligência é de dois. Eu levei dois e a minha vida continuou”, afirma.



"Nunca me passou pela cabeça desistir"


"Pior" do que o castigo, frisa, foram as lesões, "muito mais complicadas de ultrapassar”. Numa altura em que regressava da suspensão, em 2019, lesionou-se no tendão de aquiles. Seguiram-se três operações, voltando apenas em 2022. No período de recuperação acabou por “trabalhar mais a parte mental", ao fazer "alguns exercícios onde imaginava que estava a treinar", contando com "acompanhamento médico e a ajuda dos fisioterapeutas”. “Muitas vezes sentia que nem eles próprios acreditavam que iria voltar”, recorda.


Garantindo que “nunca” lhe “passou pela cabeça desistir”, o atleta minhoto - conta no currículo com participações em quatro Europeus e um Mundial, entre 2011 e 2016, e títulos de campeão nacional de estrada (10.000 metros) e nas distâncias de 800, 1.500 e 3.000 metros - confessa que, “muitas vezes", não sabe "onde vai buscar a força mental e física”. 


“A minha carreira tem sido isso mesmo. Acabei por morrer muitas vezes e voltar das cinzas. Pela educação dos meus pais e dos meus avós, que me ensinaram a nunca desistir, seja em que vertente da vida for, sei para onde é que quero ir. Sei como quero terminar e não vou morrer quando os outros quiserem. Vou morrer quando eu quiser”, salienta.

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