Cultura 29.12.2024 09H15
Digital e natureza dialogam em mostra na Galeria de arte da Alameda S. Dâmaso em Guimarães
A exposição ‘Databending Swamp’, de Ana Allen, está patente até 23 de março de 2025.
Uma série de imagens produzidas a partir de noções antagónicas de natureza artificial e de matéria digital: é o resumo do que a Alameda Contemporary Art Gallery, em Guimarães, vai receber na exposição de Ana Allen.
Até 23 de março, está patente a mostra ‘Databending Swamp’ que traz o tema da paisagem, construído numa lógica de interferências digitais. Aos microfones da RUM, Ana Allen explica que as obras são “uma reinterpretação de um quadro particular” e exploram uma paisagem digital, na qual a artista realiza intervenções, com inspiração “em erros digitais”.
Segundo a artista, o pântano torna-se elemento central, por transmitir “uma simbologia de uma travessia”, que serve de pano de fundo para uma personagem, tirada de um jogo de computador, nadar através dessas águas “para chegar a um sítio seguro”. Decomposição e fragmentação passam, para Ana Allen, uma “sensação de que se está a derreter”.
Para Ana Allen, o trabalho em exposição traz uma ideia antagónica de “natureza artificial”, ou seja, “de uma natureza que é vista através do computador ou de um jogo”. Ao estarem ao ar livre, há uma interação entre a imagem gerada pelos pincéis da artista e a natureza, “os reflexos das árvores e tudo”.
Para a produção das obras, os jogos de computador tornam-se o ponto de partida onde a artista procura transformar, com os efeitos da tinta, "numa imagem artificial e desconstruída”, como nesta mostra em que utiliza tintas de automóvel, que criam “reflexos para interagirem com a luz do sol”.
A entrada na exposição de Ana Allen tem entrada gratuita.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Maria Carvalho