Regional 30.06.2023 14H04
"É necessário aproximar os jovens dos idosos"
A premissa é defendida pelo presidente da Comissão de Proteção ao Idoso. O Palácio do Raio, em Braga, acolheu, esta sexta-feira, o seminário ‘Por uma Sociedade Inclusiva: como romper os estereótipos associados à pessoa idosa’.
O Palácio do Raio, em Braga, acolheu, esta sexta-feira, o seminário ‘Por uma Sociedade Inclusiva: como romper os estereótipos associados à pessoa idosa’. Organizada pela Comissão de Proteção ao Idoso (CPI), a iniciativa pretende alertar a comunidade para as diferentes representações sociais e formas de discriminação relativamente às pessoas idosas.
"É necessário aproximar os jovens dos idosos", alega o presidente da CPI. Carlos Branco defende a promoção de "atividades intergeracionais para mitigar os preconceitos baseados na idade". No entender do responsável, "as crianças não têm contacto com os idosos e este distanciamento ajuda a criar aqui eixos de rivalidade e de conflito".
Além disso, a nível legal, Carlos Branco espera que o "corpo de magistrados presentes no seminário possa ajudar a influenciar as leis". O responsável dá ainda conta das consequências da discriminação por idade, nomeadamente na "saúde e no bem-estar dos idosos". "Os estereótipos têm repercussão na própria pessoa, gerando baixa autoestima, como também na própria sociedade porque começamos a encarar o idoso como um fardo pesado e um consumidor de recursos sociais", aponta, complementando "como se não tivessem descontado ao longo da vida e agora não tenham direito a essas regalias e a essas condições".
Carlos Branco defende a necessidade de "escutar os mais velhos, em vez de os infantilizar". "Há um conjunto de práticas, muitas vezes por falta de formação, em que não se respeita a própria vontade dos idosos, não são ouvidos, nem exercem a sua livre vontade", refere.
Tendo em conta a tendência de envelhecimento demográfico de Portugal, Bernardo Reis, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, frisa a importância de garantir um "acompanhamento digno". "Temos que proteger o idoso para que tenha uma vida mais condigna, adequada e ativa", sublinha.